A eleição de 2018 é a 20a. que presencio em Mato Grosso. Começou com a de prefeitos no Mato Grosso de antes da divisão, em 1976, até a deste ano.
A de 2018 será muito diferente de todas, por uma série de razões. Ela vem na esteira de um país naufragado moral, política e economicamente. O eleitor ainda tem na cabeça a memória recente de votar nos candidatos do Partido dos Trabalhadores com a esperança de transformações do país. Aliás, esperadas há décadas. Não virou! Ao contrário. Destroçou o país ruim que se tinha e piorou ao limite.
É este eleitor ferido que chega às urnas de 2018. Em Mato Grosso um ambiente de escândalos, de corrupção e de crises seguidas.
Dito isso, vamos aos cenários da eleição. Não houve preparo para a disputa. Sabia-se que o governador Pedro Taques seria candidato à reeleição. Blairo Maggi também. O mais era especulação. De repente Blairo deixou de ser candidato. Do nada surgiu uma imensa onda de improvisações.
No mínimo desrespeitosa em relação ao eleitor. Candidatos de si mesmo, por si mesmos e para si mesmos. No máximo, candidatos pra grupos próximos com a velha ambição de se dar bem. O bem público não está nesses projetos. De jeito nenhum!
Vamos ao ambiente existente do ponto de vista econômico. Mato Grosso tem perspectivas medidas de crescimento econômico enorme nesses próximos anos. Sua produção agropecuária deve crescer mais de 90% entre 2015 e 2025. Com industrialização. Isso mudará todo o perfil da sociedade, da política e da economia. O mundo está disposto a investir muito na infraestrutura e nos demais setores estaduais. A onda será ótima!
Cadê o planejamento? Tem alguém estudando isso? Claro que não! Tudo é discutido no improviso. Nesses próximos quatro anos haverá mudanças impressionantes e inevitáveis que dependem do planejamento e da política. Nenhum dos dois está preparado. Pior. Não está interessado porque a disputa do poder é só o que interessa a esses grupos que se organizam sem compromisso com o futuro.
Encerro este artigo relatando o que dizem as pesquisas qualitativas existentes. O eleitor quer em 2018 esperança e sonho. São dois ingredientes objetivos que norteiam a vida humana e dependem bastante do Estado.
O eleitor está esperando os nobres e pretensos candidatos dizer-lhes que se lançam ou lançaram pelo bem público olhando pro futuro. Como está, uma vergonha! Os discursos dos candidatos até agora anunciados são pouco mais do que conversa de boteco.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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