• Cuiabá, 03 de Dezembro - 00:00:00

Blairo, consequências

            A desistência de Blairo Maggi em disputar a reeleição de senador em 2018, gerou uma tempestade no xadrez que estava posto na mesa eleitoral em Mato Grosso.

            O quadro estava assim: governador, Pedro Taques, senador pelo PSDB, Nilson Leitão, vice-governador, Carlos Fávaro, segunda vaga de senador, Jaime Campos. Num campo possível estava o ex-prefeito Mauro Mendes, de certo modo casado com os lances de Blairo Maggi. A oposição ainda não se posicionou claramente.

            A partir da desistência as chances do governador Pedro Taques se reeleger aumentaram. As Carlos Fávaro também como seu vice. As de Nilson Leitão como senador também aumentaram porque já não se tem mais uma vaga suspostamente cativa, que era a de Blairo. E o DEM, que era um complicador acaba se organizando na segunda vaga que seria disputada pelo ex-senador Jaime Campos.

            Com isso, o quadro parece construído mais ou menos sustentável. Fica de fora só Mauro Mendes, cuja ligação estreita com Blairo fica meio perdido no jogo.

            Porém, há um fator novo nesse meio. Muito delicado. O agronegócio que estava de certo modo alinhado com a disputa de Blairo Maggi está em ebulição. Com Blairo, ele apoiaria Pedro Taques. Sem ele, o agro começa a querer desenhar carreira solo.

            Pior. Surgem as primeiras conspirações. Todas querendo fritar o governador Pedro Taques. Nesse figurino cabem Carlos Fávaro, Adilto Sachetti, Neri Geller e outros nomes ligados ao agronegócio que eles estão trabalhando pra apoiá-los politica e financeiramente.

            Porém, a conspiração não agrada a muitas lideranças do setor. Pode criar uma aventura indesejável e desnecessária. Com Pedro Taques o agro navega bem. Com outro nome cria-se uma onda de oposição despreparada e desestruturada. Oposição não se monta do dia pra noite. Candidaturas não nascem e crescem em meses.

            Por outro lado, não existem fatos concretos que justifiquem qualquer rompimento político com o grupo político hoje existente dentro do qual está o atual governador.

            Aqui parece que Blairo Maggi precisa bater o martelo. Ausentou-se mas não pode se distanciar e deixar que pessoas de pouca vivência política coloquem em risco os destinos da principal atividade econômica de Mato Grosso e a própria gestão pública.

            Sob outro aspecto, Blairo deixa um  imenso vazio na política estadual, já que sua liderança foi construída ao longo de 16 anos como governador, senador e ministro da Agricultura. Num ambiente de pobreza de lideranças, o seu afastamento empobrece ainda mais o cenário. Pode ser que fique de fora da eleição, mas não pode abrir mão do seu papel de magistrado pra opinar, sob pena da eleição de 2018 tornar-se uma perigosa aventura. Chega de aventuras!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br

 



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