Encerra-se na eleição de 2018 o ciclo de 40 anos das gerações de políticos iniciado depois da divisão de Mato Grosso em 1977. Lembrando que as gerações de políticos mato-grossenses vinha desde 1946, e se renovaram com a separação dos dois estados e a divisão dos seus políticos. Cada um recomeçou a sua política na maioria com nomes novos.
Houve muitos improvisos na primeira eleição em Mato Grosso, no ano de 1978. Era gente nova que surgia no cenário. Outros vinham com experiência anterior. Ao longo desses 40 anos, daquela geração inicial resta no cenário o ex-deputado federal Júlio Campos que promete retornar em 2018. Os demais se afastaram da política pelas mais diferentes razões.
Bom lembrar. Quem tinha 10 anos em 1978, tem 50 hoje. Tem filhos e netos jovens que buscam outros políticos e políticos com outras linguagens. Quase não existe mais espaço pra resgates afetivos ou saudosistas. Os eleitores de 1978 representam pouco na atualidade.
O que entrará obrigatoriamente em discussão agora é a varredura que certamente se fará a partir da delação do ex-governador Silval Barbosa. Um monte de parlamentares estaduais e federais com ou sem mandato sairá da cena política. Parece cada dia mais claro que as pessoas não toleram a impunidade e nem a desonestidade. A política corrupta prejudicou demais a vida das pessoas nos serviços públicos essenciais. O tradicional deboche dos políticos com seus discursos falsos está incomodando muito. Aquilo de dizer uma coisa e fazer outra parece intolerável. Não dá pra generalizar porque o eleitor de Mato Grosso é analfabeto político em sua maioria. E olhe que são cerca de 2 milhões e 200 mil. A maioria votará com o fígado ou com o bolso.
E haverá candidatos que pagarão pelos votos. Apesar do dinheiro mais curto porque não poderá mais sair em caminhões dos cofres públicos pra financiar campanhas eleitorais como agora.
Muito relativo ainda. Mas o certo é que a bandidagem se continuar, continuará com medo. Será que o risco de ser delatado ou descoberto compensará a aventura?
Mas como dizia o ex-governador de Minas, Magalhães Pinto, lá em 1964: “política é como nuvem. Muda de forma a toda hora”.
Esperar...
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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