• Cuiabá, 16 de Junho - 00:00:00

Novo DEM

Em política a lei da ação e da reação tem efeitos imediatos. Talvez pelo fato de localizar-se nas esferas sociais, a política gera rapidez. Há dois meses o Partido Socialista Brasileiro – PSB ganhou espaços na mídia quando o  presidente nacional do partido destituiu a direção do diretório regional em Mato Grosso e nomeou o deputado federal Valtenir Pereira pra dirigi-lo. Foi um gesto unilateral. Mexeu com quadros já consolidados dentro do partido.

Houve um vai-e-vem momentâneo incluindo a retomada da posição na justiça estadual. Derrubada depois na justiça federal. O partido viaja agora em situações muito duvidosas. O presidente Valtenir Pereira vai dirigir uma pequena capitania hereditária. Tem poucas benfeitorias e um título. No caso um partido político. Mesmo que os partidos sejam vistos pela sociedade como grupos organizados de poder sem legitimidade, ainda assim tem muito poder de barganha. Na alegria e na dor.

O grupo de deputados que ainda permanece no partido tende a se dividir. Haverá quem fique sob ordens. E quem sairá. Os que saírem estão mirando acenos do DEM, conduzidos pelos seus dirigentes históricos: Júlio e Jaime Campos. Enfraquecido nos últimos anos, o DEM tem uma história forte que vem desde os tempos da ARENA, na década de 1970, com Júlio, Jaime e Jonas Pinheiro no comando. Sem Jonas ficaram dois. Na última eleição ambos deixaram os seus mandatos. Agora precisam retomar o poder dentro da política estadual. Os emigrantes do PSB caem como uma luva.

Principalmente o ex-prefeito Mauro Mendes, desafeto de Valtenir Pereira. Com ele, o DEM viabiliza o Senado e o governo do estado. De outro lado, Mauro fica livre pra apoiar ou não o governador Pedro Taques. Nesta semana encontro político escancarou todas as janelas possíveis pra Mauro dentro do DEM. Ganham todos. Valtenir terá que conduzir o PSB obedecendo orientação nacional de se encaminhar pra oposição a Pedro Taques, também mirando na sua inviabilização e no caminho pra uma composição. Obviamente, dirigida por Valtenir.

Pode-se dizer que, na prática, o DEM se transformará num novo grupo político estadual caso Mauro Mendes e alguns egressos do PSB, como Fábio Garcia, se filiem. O grupo que mais perde força nesse caso seria o do governador Pedro Taques que conduz o governo numa hora ruim. A rigor, porém, ninguém tem respostas pra 2018. O céu continua escuro com possibilidade raios e trovões pra todos. Mas a política não é uma ciência exata e aposta em sinais. Mesmo que eles, nem sempre, indiquem a melhor direção.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br



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