Sexta-feira, dia 26/05/2017, o Governo convoca uma coletiva de imprensa. É mais um capítulo da NOVELA da RGA, a recomposição inflacionária dos Servidores do Poder Executivo de Mato Grosso. Tal coletiva, sem os dirigentes sindicais presentes, já deu o tom da “negociação”, ou seja, calote goela abaixo!
Como num filme de espionagem, apenas um dirigente se infiltrou em meio a imprensa e furou a barreira de contenção da transparência, frustrando os planos de surpresa do estado.
E de fato, é uma novela. De um lado o enredo do governo com a narrativa de crise, a falta de repasses a hospitais (mais de 120 milhões), uma péssima gestão da Saúde, com a troca até agora de 03 (três) Secretários, já no 4º (quarto) e contando, descontinuidade que levou ao colapso do sistema público de saúde (SUS) e o governo, ao contrário de resolver, resolve é jogar a culpa no servidor da saúde, no gestor do hospital e, de sobra, no conjunto de servidores, dizendo que tirou recursos da folha de pagamento para pagar parte das dívidas com os hospitais.
Ou seja, o CAOS na saúde, num passe de mágica, virou CULPA da “pesada” folha do servidor. Não é mesmo um conto de fadas?! De outro lado o Fórum Sindical, com seus assíduos representantes de quase 26 (vinte e seis) Categorias, das 32 do poder executivo-excepcionando fiscais, auditores, delegados, procuradores, ou seja, a high society dos servidores do executivo-oficiando quase que semanalmente desde agosto do ano passado e, sendo solenemente ignorado pelo governo, como se fosse o personagem “leproso” e fétido no enredo maquiavélico deste.
Como num filme de ação e suspense, o governo que não ouve entidades de classe pessoalmente, grampeia adversários políticos para saber o que pensam, tramam, ou sei lá o que. E nessa espionagem, o suspense se dirigentes sindicais foram bisbilhotados, aumenta. Se juízes foram. Amantes foram. O Gaeco foi. Por que não sindicalistas?
Todos tentam, como num filme complexo de Wood Allen, entender a birra do personagem principal da trama, para com seus subalternos, os quase 100 mil Professores, Agentes Prisionais, Profissionais da Área Meio, da Saúde com Enfermeiros, Técnicos e Médicos, Policiais Civis, do Procon, Peritos, Servidores do INDEA e outros.
O que o enredo deixa mal explicado, como num filme de segunda categoria, é por que os poderosos nunca são atingidos, punidos e, ainda são agraciados com benesses tributárias do estado, entre outras vantagens “VIPS” por serem “amigos” do todo poderoso?!.
Mal explicado está também, como se inscreve, só em 2016, cerca de 1 BILHÃO E 200 MILHÕES em dívida ativa, fruto de alta sonegação e, os grandes sonegadores não são presos ou no mínimo processados e executados.
Quanto o governo já recuperou nesses 2(dois) anos e tanto dos 30 BILHÕES inscritos na dívida ativa estadual? Quanto foi recuperado depois de apontado na CPI da Sonegação mais de 02 (dois) BILHÕES E 500 (quinhentos) MILHÕES de reais em sonegação, sendo que apenas uma cooperativa fraudou mais de 400 milhões.
Não explica por que limitar gastos primários como Saúde, Educação, Segurança, estradas, folha de pagamento, com um personagem novo, sombrio e surpresa, o teto de gastos, e deixou soltinho os gastos financeiros, ou seja, o pagamento de juros e amortização da dívida pública, enchendo os já gordos bolsos mafiosos do sistema financeiro, dos banqueiros nacionais e internacionais?!.
Só como nota de rodapé, em 2016 foram pagos R$ 697 MILHÕES em juros e amortização, para saciar, mas nem tanto, os bancos. Cifras que podem aumentar significativamente.
Não explica por que os incentivos dobram de 1 Bi e 100 milhões em 2016 para 2 BILHÕES E 400 MILHÕES em 2017, e o alto custo social deles que, de tão alto, colapsa a saúde pública e várias outras pastas e demandas sociais.
O autor do enredo precisa explicar como a dívida pública junto aos banqueiros foi aumentada exponencialmente, para bancar as obras superfaturadas (todas elas) da copa do mundo, que irrigava os BOLSOS de vários parlamentares estaduais (dos atuais, 7 deputados), como delatou o anti-vilão da novela, o ex-deputado José Riva.
O ataque contra os servidores na questão da RGA, previdência etc, é apenas a cortina de fumaça, o bode na sala, a distração para o verdadeiro ataque final.
Esse ataque será contra o serviço público gratuito e de qualidade, é o desmantelamento do inimigo (o serviço público de carreira) para vender ou entregar pedaços de estado para insaciáveis empresários.
É o cumprimento de acordos econômicos espúrios, pré-eleição, com seus financiadores e a busca de novos padrinhos, como os BANCOS. E quem perde nisso tudo é a sociedade, que distraída pelas telenovelas e jornais dissimulados e manipuladores, não entendem a complexa teia de grandes interesses.
Estamos a um passo de perdermos o controle total do estado para a iniciativa privada, para os interesses de políticos escusos e não estamos fazendo nada e nem percebendo isso.
De fato, é um conto de fadas, estória da carochinha que o governo vem contando, mas mais que isso, é uma TRAMA de suspense.
O governos parece gostar de filmes de ação e de guerra, por que é isso que vemos no horizonte sombrio de Mato Grosso.
Antonio Wagner Oliveira é Analista Jurídico da Área Meio do Governo e está como Coordenador da CSB/MT, Diretor Nacional da CSB, e Dir. Jurídico do SINPAIG/MT
Reis disse:
30 de MaioMuito bom artigo, so nao ve quem nao quer o caos q esse governo esta fazendo no estado, inves de assumir a pessima gestao coloca a culpa nos servidores...