• Cuiabá, 31 de Julho - 2025 00:00:00

Como o outsourcing de ativos em TI impulsiona a inovação tecnológica


Kleiton Schwantes de Jesus

A contratação de tecnologia como serviço não é exatamente uma novidade, mas tem ganho relevância estratégica crescente. Apesar de já ser conhecida há décadas, principalmente na forma de leasing de equipamentos, o modelo de outsourcing de ativos em TI – em que as empresas pagam pelo uso do hardware em vez de comprá-lo, tendo incluso uma completa camada de serviços e suporte online e presencial, tem registrado um aumento na sua adoção – justamente por unir benefícios financeiros e operacionais.

No Brasil e no mundo, essa abordagem ganha espaço como uma solução estratégica para manter a inovação tecnológica e a eficiência operacional – além de permitir que os investimentos sejam direcionados de forma estratégica ao core business das empresas.

É por isso, inclusive, que o mercado global de outsourcing de ativos em TI segue em forte expansão, projetado para atingir US$ 523,65 bilhões até 2029, segundo dados da Mordor Intelligence. Esse crescimento, com taxa anual composta (CAGR) estimada em 43,35%, é impulsionado principalmente pela necessidade das empresas em adotar novas tecnologias com custos controlados, pela digitalização acelerada em diversos setores e pelos avanços constantes em inovação tecnológica. Entre os segmentos que mais adotam o modelo destacam-se varejo, educação, serviços financeiros, indústria, saúde e telecomunicações.

Segundo a Dell, 55% das empresas que adotaram o outsourcing de ativos em TI o fizeram para ter uma melhor estrutura de custos, e ganhar flexibilidade. Já de acordo com o IDC, a maioria das empresas escolhe essa estratégia para prover equipamentos de maior qualidade para a força de trabalho – afinal, o processo encurta o ciclo de atualização, e permite a modernização do gerenciamento de TI.

Redução de custos e flexibilidade financeira

Dois dos principais benefícios do outsourcing são as vantagens financeiras e suporte. Tradicionalmente, a aquisição de notebooks, computadores, servidores e outros equipamentos representava um alto investimento inicial de capital (Capex) e custos contínuos de manutenção, depreciação e substituição. Com o outsourcing, esse modelo se inverte: a empresa paga um valor fixo mensal (Opex), diluindo gastos ao longo do tempo e evitando desembolsos únicos pesados. Isso traz previsibilidade orçamentária – ao invés de lidar com picos de gasto quando chega a hora de renovar o parque tecnológico, a companhia trabalha com assinaturas regulares, facilitando o planejamento de caixa.

A redução de despesas acontece por dois fatores importantes: eliminação de gastos com manutenção não coberta por garantia, e o fim da necessidade de descartar e repor ativos obsoletos por conta própria. O outsourcing também permite evitar a obsolescência acelerada dos bens de TI – um problema caro no mundo atual. A empresa contratante não é detentora do ativo físico que perde valor e desempenho; pelo contrário, mantém-se atualizada sem custos adicionais, já que a atualização tecnológica é negociável em contrato. Essa gestão do ciclo de vida do equipamento pelo fornecedor do serviço reduz desperdícios e garante que se pague sempre por equipamentos úteis e eficientes.

Outro ponto de economia está na desoneração da equipe interna de TI. Em vez de alocar profissionais para instalar, configurar, consertar ou repor equipamentos, essas tarefas estão inclusas no contrato de outsourcing. Isso representa economia indireta (menos horas de trabalho do time) e melhor alocação de talentos. Sete em cada dez empresas que usam o modelo de outsourcing relataram que o modelo liberou tempo e recursos da equipe de TI interna.

Escalabilidade e atualização tecnológica contínua

Se do lado dos custos o outsourcing traz vantagem, do lado operacional essa estratégia impulsiona a agilidade e a inovação. O modelo como serviço se adequa melhor do que a compra tradicional. Escalabilidade é a palavra de ordem: com esse modelo, é possível ajustar o volume e o tipo de hardware conforme a demanda, de forma rápida e sem burocracia.

Caso a empresa precise equipar um novo escritório, iniciar um projeto-piloto ou expandir sua capacidade operacional, basta ativar novas assinaturas ou ampliar o contrato existente – sem enfrentar processos longos de aquisição. Da mesma forma, se houver redução de escopo, é possível devolver equipamentos ou reduzir o plano, evitando ativos ociosos. Essa elasticidade alinha a infraestrutura de TI ao ritmo dos negócios.

Isso também resolve um outro problema, que é o "passivo tecnológico" gerado com os equipamentos antigos – o que traz, consigo, o desafio do descarte correto desses itens. No modelo de outsourcing, a responsabilidade de manter a tecnologia atualizada é do fornecedor, que geralmente renova os dispositivos ao término de seus ciclos ou quando surgem modelos muito superiores. Na prática, a empresa usuária sempre terá acesso a hardware moderno, compatível com as últimas exigências de software e com melhor performance.

Ao adotar o outsourcing de maneira planejada e estratégica, as organizações constroem um ambiente tecnológico sempre moderno, preparado para os desafios do futuro e alinhado às metas corporativas. A mensagem que fica é clara: transformar hardware em serviço não é apenas uma decisão operacional, mas sim um movimento estratégico para quem busca liderança e crescimento sustentável na era digital.

 

Kleiton Schwantes de Jesus é Head das Unidades de Negócios Print Solutions e IT Devices da Selbetti.




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