Luciano Vacari
Estamos vivendo a Páscoa, e independente da crença de cada um, certamente esses dias trazem sentimento de mudança e reflexão. Para muitos, além de marcar a ressurreição de Cristo, a Páscoa celebra a libertação, a passagem da morte para a vida e a salvação. Um período cheio de ritos e marcações, que vão desde o final de um período de jejum, à lavagem dos pés e o corpo Dele na cruz.
Mas se perguntar para uma criança em qualquer lugar do mundo sobre a Páscoa, a resposta virá em uma frase: “ovos de chocolate!”, talvez pelo fato de ao compartilhar um pedaço de chocolate também dividimos a alegria, a esperança e a amizade. E o que dizer sobre a visão de um lavrador? Ano após ano o agricultor semeia seus campos na esperança de vê-los germinados. Chova ou faça sol, sementes de milho, soja, algodão caem sobre a terra com um único objetivo, produzir para alimentar o mundo.
Desde a revolução industrial, o mundo consome mais e mais carvão. De 1760 para cá o petróleo causou guerras e os países do velho continente utilizaram praticamente todos os seus recursos naturais. Florestas foram dizimadas e animais caçados à beira da extinção para alimentar a população. Tivemos crises, fome, períodos de escuridão e doenças.
Veio a produção agrícola tropical, e como se algo tivesse renascido tempos de fartura voltaram sobre a terra. A soja, o milho e a cana de açúcar do Brasil alimentam o mundo graças a muito investimento em pesquisa e tecnologia. O algodão do subtrópico veste indivíduos em todo o planeta. A carne bovina do Brasil, Estados Unidos, Austrália e Uruguai dão segurança ao consumo diário de proteína de qualidade a bilhões.
Mas o mundo precisa de mais. Não é mais possível a exploração dos recursos naturais como nos últimos 400 anos. Mais do que fazer os campos produzirem é preciso regenerar.
Hoje já temos a tecnologia necessária para produzir mais em menos área, diminuindo assim a pressão por desmatamento. O plantio direto sobre a palha ao mesmo tempo que reduz o uso de fertilizantes é capaz de proteger o solo contra a erosão. O etanol de milho gera energia e ainda é fonte de alimento para aves, bovinos e suínos na forma do DDG.
Hoje, podemos aumentar a produção de carne bovina no Brasil apenas recuperando as pastagens degradadas, o que além aumentar a taxa de lotação das propriedades ainda reduziria a emissão de gases do efeito estufa. E os bioinsumos? Os insumos biológicos melhoram a qualidade do solo, diminuem o uso de fertilizantes químicos, podem aumentar a produtividade das lavouras e melhoram os indicadores de sustentabilidade, e isso tudo com um custo de produção menor do que o uso dos produtos convencionais.
Em tempo de renovação é preciso usar a ciência e a tecnologia como aliados, afinal não é mais possível promover a produção do futuro usando as técnicas do passado. Uma pressão menor por desmatamento contribuiria para a mitigação do aquecimento global. O uso de menos fertilizantes nitrogenados poderia até mesmo evitar guerras como já vimos no passado. Produzir mais com menos garantiria a perpetuação da produção agropecuária no mundo.
E olha que estamos falando apenas do campo. O que dirá quando usarmos a ciência e tecnologia também nas cidades. Já imaginaram um planeta com menos resíduos sólidos, mais energia renovável e o uso consciente de água?
E como todo aquele que crê, chegou o momento da renovação do agro, do campo e da cidade.
*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.
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