Pe. Deusdedit Almeida
A semana Santa, chamada, também, popularmente de Semana Maior, começa com o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. É a semana em que recordamos a Paixão, morte e a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, ato supremo da redenção da humanidade. A semana inicia com o Domingo de Ramos: No Domingo de Ramos, aclamamos Jesus como o Messias que vem realizar a missão salvadora desejada pelo Pai Eterno.
Jesus, humildemente, entra em Jerusalém montado em um manso jumentinho, realizando assim, as profecias de Zacarias: “Eis que vem teu Rei ao teu encontro. Ele é rei, ele salva; é humilde e vem montado num jumento, um potro, cria de Jumenta” (Zc 9,9). Como príncipe da paz, não usa cavalaria de guerra. O cavalo é instrumento bélico, expressão da força, brutalidade e do poderio militar da época.
Foi aclamado e reconhecido, por muitos, como o Rei dos Reis.
Os ramos são sinais e testemunho da fé em Cristo e na sua vitória pascal. Na Quinta-feira Santa temos a Missa da Ceia do Senhor, a qual nos recorda a Ceia onde Ele prediz sua Paixão e Morte, e, despede-se dos discípulos. Com este ato celebrativo Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia.
Na celebração o sacerdote lava os pés de doze pessoas convidadas, na tradicional cerimônia chamada de “Missa do Lava-pés”, recordando, simbolicamente, o gesto de Jesus que lavou os pés de seus discípulos, dizendo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
Significa que devemos servir uns aos outros com humildade, gratuidade e amor. Ao final da missa se faz a Transladação do Santíssimo Sacramento e, em seguida, a adoração. Com a celebração da ceia do Senhor, inicia-se o Tríduo Pascoal: Quinta, Sexta e Sábado.
O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor possui o seu ponto alto na Vigília Pascal, “a mãe de todas as vigílias, como dizia Santo Agostinho”, e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
Sexta-Feira Santa da Paixão do Senhor: Neste dia a Igreja recomenda o jejum e abstinência total de carne e acompanha, em silêncio, os passos de Jesus em seu sofrimento e condenação até sua entrega total com a morte na cruz. Não se celebra missa ou qualquer outro sacramento e os fiéis comungam as sagradas hóstias consagradas na Quinta-feira Santa.
A celebração central deste dia é a das 15 horas, em que, segundo a tradição dos evangelhos, aconteceu a morte de Jesus. Este horário coincide com o horário em que acontecia a matança dos cordeiros pelos Judeus, no templo, para a festa da Páscoa judaica. Jesus é o cordeiro imolado para a salvação da humanidade. Esta celebração se divide em quatro partes: Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração do Senhor na Cruz e Comunhão. É dia de total silêncio e reflexão sobre o significado da morte de Jesus.
Sábado Santo é a Vigília Pascal. É a ansiosa espera da ressureição do Senhor. A ressurreição, além de realizar as promessas da Escritura sagrada, é prova definitiva que Jesus é Deus. O Círio Pascal, aceso com o fogo novo, luz que surge das trevas, representa Cristo ressuscitado vitorioso sobre a morte e Senhor da história, luz que ilumina o mundo.
Na vela, estão gravadas as letras gregas alfa e ômega, que querem dizer: “Deus é o princípio e o fim de tudo”. Finalmente, temos o coroamento da vigília pascal com Domingo da Páscoa do Senhor. Páscoa significa passagem. Páscoa de Cristo é sua passagem da morte na cruz para a ressurreição. É sua vitória plena e definitiva sobre a morte e todos os males. Desse modo, a ressurreição de Jesus mudou totalmente a história da humanidade e de cada ser humano.
A Páscoa cristã é a vida nova no Cristo ressuscitado. Busquemos, pois, esta vida nova: reconciliada com Deus e o próximo. Como disse o apóstolo Paulo: “Ressuscitaste com Cristo, procurai as coisas do alto” (Cl 3,1).
*Pe. Deusdedit Almeida é vigário-geral da Arquidiocese de Cuiabá e Cura na Catedral Senhor Bom Jesus de Cuiabá*.
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