• Cuiabá, 12 de Setembro - 2025 00:00:00

PF pede ao Supremo abertura de inquérito contra deputada


Da redação

A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) por suspeita de organizar o transporte via ônibus para bolsonaristas de Mato Grosso a Brasília. Esses manifestantes participaram do ato terrorista do dia 8 de janeiro, que resultou na depredação das sedes dos Três Poderes. As informações são do jornalista Aguirre Talento, do site UOL. 

Além dela, outros dois políticos são alvos do pedido de investigação por suspeita de participação na organização do transporte: a candidata a deputada federal Analady Carneiro (PTB-MT), que não foi eleita, e o suplente Rafael Yonekubo (PTB-MT), que concorreu a deputado estadual.

A representação pela abertura de inquérito se baseia no depoimento revelado pelo UOL na semana passada. A aposentada Gizela Cristina Bohrer, 60, residente em Barra do Garças (MT), disse à PF que viajou a Brasília em um ônibus organizado pelos três políticos.

Caso a investigação seja autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, a deputada Coronel Fernanda seria o quarto parlamentar alvo de apurações decorrentes do 8 de janeiro.

O STF já abriu inquéritos para apurar suspeitas de incitação aos atos de violência pelos parlamentares André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP).

No caso da Coronel Fernanda, seria a primeira investigação para apurar a participação direta de parlamentar na organização dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.

No depoimento, Gizela disse que "foi para Brasília numa caravana organizada" pela deputada Coronel Fernanda, por Analady Carneiro e por Rafael Yonekubo.

Os três coordenam grupos de WhatsApp e organizam caravanas para Brasília já há dois anos; que tais caravanas tinham por objetivo o apoio ao então Presidente Bolsonaro, tais como fizeram por ocasião dos desfiles de 7 de setembro e 15 de novembro de 2021 e 2022", contou Gizela à PF. "Todo mundo que vem nesses ônibus vem de graça e recebe todas as refeições de graça", afirmou.

Caso a apuração seja autorizada, a Polícia Federal deve colher os depoimentos dos políticos e buscar aprofundar as provas sobre a suspeita de atuação deles na organização de ônibus para atos antidemocráticos em Brasília.

Analady e Yonekubo já haviam sido alvos de busca e apreensão determinada por Moraes em dezembro por suspeita de incentivarem atos contra o resultado das eleições. Procurada, a deputada Coronel Fernanda disse que não iria se manifestar. Na semana passada, ela admitiu conhecer Gizela em entrevista ao UOL, mas negou ter organizado caravanas para o 8 de janeiro.

Em nota, a defesa de Analady e Yonekubo afirmou que já apresentou petição ao STF se colocando à dispôs posição para esclarecimentos. "A verdade é que nenhum destes dois participaram de atos do dia 8.1.2023, estando ambos em Cuiabá-MT cuidando de seus afazeres e tarefas familiares. Inclusive, Rafael se casou no dia 7 de janeiro, com a presença de Analady como convidada", dizem os advogados Akio Maluf Sasaki e Marcos Gatass.

Eles afirmam ainda que "refutam qualquer informação ou depoimento que os coloque como organizadores, financiadores ou apoiadores de quebra-quebra, pois este é um ato que os mesmos abominam”.

Outro lado - Por meio de nota à imprensa, a Coronel Fernanda afirmou que não participou dos atos de 8 de janeiro em Brasília.

"Pelo contrário, deseja que seja instalada a CPMI para que se apurem os verdadeiros responsáveis pelos crimes cometidos contra os Três Poderes", consta em trecho do comunicado.

A deputada afirmou ter "consciência tranquila" em relação aos fatos, e disse estar à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos quando forem solicitados.




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