Franco Lajolo
A história nos mostra que a Ciência é um poderoso instrumento de criação de conhecimento. Ela nos ajuda a entender o mundo em que vivemos e a nós mesmos, além de contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e democrática.
Respostas à necessidade de produzir alimentos para os mais de sete bilhões de pessoas no mundo, as tecnologias para garantir sua conservação, distribuição e segurança são apenas um exemplo da importância da Ciência para um mundo melhor.
A contribuição da Ciência, no campo da alimentação humana, soma-se à sua contribuição para uma melhor compreensão das doenças e, consequentemente, para a redução delas. Tais benefícios só foram possíveis pelo conhecimento sem precedentes dos mecanismos celulares, moleculares e genéticos. Tal cenário levou à criação de medicamentos e alimentos que contribuíram de forma expressiva para o aumento na expectativa e na qualidade de vida.
Nas atividades de pesquisa, especialmente as desenvolvidas na universidade, geram-se, ao lado de soluções para problemas, os recursos humanos que precisam estar disponíveis para desenvolver e avançar os projetos de pesquisa, o motor da Ciência. As vacinas, hoje universalmente conhecidas e utilizadas, que protegem da poliomielite, do tétano, da coqueluche, do sarampo, da Covid-19 e de muitas outras doenças são um excelente exemplo da importância de descobertas cientificas.
A construção desse sistema de pesquisa, ciência e tecnologia leva muito tempo e requer recursos de forma continua e adequada, ao lado de políticas estáveis, o que -- infelizmente- não tem sido uma constante no Brasil.
Surgem hoje, são relevantes e merecem apoio iniciativas como a 'Open Science' da UNESCO que promove acesso aberto ao conhecimento científico com o objetivo de compartilhá-lo mundialmente em benefício da ciência e da sociedade. Universidades como a USP participam desse movimento mundial com diversas iniciativas.
É importante que a sociedade esteja consciente desse papel da Ciência, rejeite políticas que ameacem seu desenvolvimento, apoiando e mesmo exigindo financiamento público -- adequado e regular -- para a pesquisa científica.
Falsas notícias sobre alimentação e saúde, baseadas em opiniões leigas, e não em fatos -- e em interesses nem sempre legítimos -- são extremamente prejudiciais. Afetam as decisões e práticas das pessoas atingindo as mais diversas camadas sociais. Além disso, dificultam e retardam a implementação de melhores politicas públicas de saúde e de meio ambiente, de novas tecnologias, fazem retroceder avanços já conseguidos, como se vê atualmente em movimentos contrários à vacinação e ao uso da biotecnologia em diversos países. É o negacionismo científico.
Algumas iniciativas já em curso favorecem a discussão de critérios para avaliação da credibilidade de notícias ou para a identificação de sites com credibilidade e formação e assistência a profissionais da comunicação. São iniciativas louváveis, que podem ser replicadas por todas as instâncias que acreditam -- como o ILSI acredita -- na importância da ciência para manutenção e qualificação da vida humana.
Negar a Ciência é, essencialmente, a forma mais pura e simples de negar-se a Vida.
*Franco Lajolo - Professor Emérito da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e presidente do Conselho Científico e de Administração do ILSI (International Life Sciences Institute) Brasil.
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