Luciano Vacari
O setor da piscicultura brasileira está em franco desenvolvimento. A produção, o consumo e as exportações de peixes de cultivo vêm crescendo ano após ano e o setor trabalha com números desafiadores. O objetivo é tornar o Brasil o maior produtor de peixe cultivados em 20 anos, meta que conta com fatores favoráveis, como clima, disponibilidade de área e qualidade da água.
No último ano, o país superou a produção de 800 mil toneladas, sendo mais da metade de tilápia. As exportações também estão indo muito bem. No primeiro semestre deste ano foi registrado um crescimento de 35% nas vendas externas ante o mesmo período de 2020, totalizando US$ 7,2 milhões.
Em comparação com as outras cadeias produtivas de proteína animal, a piscicultura ainda é a mais tímida, mas também é a que mais cresce, e em proporções surpreendentes. Em 20 anos, a produção saltou 400%, enquanto a avicultura cresceu 174%, a suinocultura 72% e a bovinocultura 53%.
Estimular a produção de peixes é estratégico do ponto de vista de mercado. O consumo interno vem crescendo com as mudanças de hábitos dos consumidores e com a facilidade de acesso ao produto. Um exemplo, é a variedade, a quantidade e a qualidade de espécies de peixes de cultivo disponíveis nas gôndolas de supermercados de todo o Brasil.
Antigamente grande parte dos pescados era importado e agora pode ser adquirido de produtores nacionais. Carne mais fresca, mais saudável e que gera emprego e renda no país. Assim como nas demais produções de proteína, a piscicultura também gera riquezas no campo e nas cidades. Dos produtores de alevinos aos grandes supermercados, uma cadeia importante de empregos é proporcionada quando se impulsiona o setor.
É claro que para alcançar as metas algumas barreiras ainda precisam ser superadas. Crédito, legislação ambiental e fundiária e programas de sanidade estão entre as prioridades do setor. Mudanças importantes já ocorreram, como a desburocratização para acesso às águas públicas e consequentemente ao Plano Safra viabilizaram a contratação de linhas de financiamento mais acessíveis.
Outro avanço foi com relação a regulamentação da legislação ambiental em alguns estados, para facilitar o licenciamento aos produtores e assim regularizar a cadeia produtiva.
O setor da piscicultura mostra a importância da diversificação não apenas do cardápio, mas principalmente de investimentos. Quanto mais setores forem estimulados, mais pessoas são capacitadas, empresas registradas, indústrias implantadas e a economia como um todo fica menos dependente de poucos agentes.
Nadar contra a maré pode ser mais desafiador e recompensador do que se pode imaginar.
*Luciano Vacari é gestor de agronegócios e diretor da Neo Agro Consultoria.


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