Rafaela Maximiano - Da Redação
“Os gestores dos municípios mato-grossenses precisam se preparar e se adequar aos novos padrões tecnológicos e inovadores para avançar no processo de desenvolvimento e acelerar o crescimento do Estado de Mato Grosso”. A afirmação é do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), Nilton Borgato, que também defende a percepção de oportunidades e a adoção de novas práticas e soluções inovadoras.
Ciente de que Mato Grosso ainda não está preparado para um novo mundo tecnológico que vem sendo acelerado pela pandemia e que impõe uma nova realidade online, Borgato afirma que Mato Grosso está se empenhando no dever de casa fazendo investimentos no setor, apoiando iniciativas e buscando parcerias.
“A pandemia acelerou um pouco esse processo de uma forma também positiva. Nós aqui na Secretaria já tivemos vários eventos e tudo de forma virtual e que passamos até ser referência. Muitas vezes as pessoas desconhecem do que é tecnologia e inovação aqui em Mato Grosso, existem pessoas capacitadas, existem grandes empresas preparadas para isso”, disse.
Na Entrevista da Semana ao FocoCidade, Nilton Borgato - que é formado em Tecnologia em Gestão Pública pela Universidade do Paraná, aborda também detalhes sobre a obra do Parque Tecnológico de Mato Grosso, da retomada das obras de sete escolas técnicas que estavam paralisadas, tecnologia 5G, o que muda nas relações de emprego com um mundo mais virtual, e avaliou a segunda edição do evento ‘Cidades Inovadoras’ que discutiu planejamento de ações para os municípios de Mato Grosso no contexto da pandemia.
“O governador tem investido em inovação, investido em tecnologia e esses investimentos vão também refletindo nos municípios, para os nossos cidadãos, e notoriamente a inovação vai acontecer, com certeza vai chegar ao Estado de Mato Grosso”, enfatiza.
Boa Leitura!
Qual avaliação o senhor faz da sua gestão nesses pouco mais de dois anos, que está à frente da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso?
Uma avaliação positiva. Nós, quando assumimos a secretaria tivemos grandes dificuldades. Uma é como o Estado se encontrava, um Estado quebrado e nós como parte do Governo tivemos que absorver isso e de maneira muito passiva, tranquila a gente foi trabalhando até colocar as coisas em dia.
Então, eu coloco que é uma avaliação positiva tendo em vista o que nós pudemos melhorar na questão da educação, na questão da inovação, do Parque Tecnológico. As obras que estavam paralisadas como das escolas técnicas foram retomadas, um total de oito obras. Hoje restam somente três que estão em fase de rescisão de contrato. Mas deu andamento e este ano temos viabilidade de entregar, quatro obras dessas.
A ciência, nós fizemos um trabalho de popularização, foram vários serviços relevantes para o Estado, foram avanços importantes, um momento diferente da gestão do governador Mauro e que nós podemos sim ter a garantia de mais qualificação porque os polos que vão já finalizando ofertarão vários cursos de capacitação para a população mato-grossense. Para se ter uma ideia, cada obra dessa atenderá de 1.200 a 1.400 alunos, cada polo, cada escola técnica que vamos finalizar.
Qual o orçamento da pasta para investimentos e quais incentivos para o setor?
Na verdade, isso é uma obrigação da Fapemat que é ligada à Secretaria e ela tem feito em torno de R$ 15 milhões de investimentos por ano.
O evento Cidades Inovadoras “Inteligente e Sustentável para uma Sociedade 5.0” alcançou seu objetivo? Principalmente quando se fala em cidades inovadoras e sustentáveis, tendo em vista o contexto da pandemia, o que poderá ser usado para melhorar a vida das pessoas?
Primeiro quero parabenizar nossa equipe de inovação. O grande intuito nosso foi de mostrar para a sociedade mato-grossense, para os municípios de Mato Grosso, que existem muitas coisas hoje ao redor do mundo que podem muito bem, estar servindo à nossa aqui. Trouxemos inovações para mais próximas dos nossos gestores públicos e para que eles possam também estar multiplicando essas ideias aos nossos cidadãos.
Então foi um trabalho que fizemos um levantamento de demandas dentro do nosso estado, o que os municípios mais precisavam e a nossa equipe foi buscar alternativas não só aqui no país como também tivemos palestrantes de Israel, da China, Luxemburgo, vários executivos que estão hoje à frente por exemplo de Brumadinho que passou uma catástrofe muito grande, por exemplo, e Santo André, Serra no Espírito Santo, e foram colocadas várias situações positivas para a sociedade que tentamos mostrar para a sociedade desses cases de sucesso para que nossa sociedade também possa estar vivenciando e recebendo isso para melhores condições de vida pensando no ser humano, nas pessoas.
Se formos observar hoje, infelizmente, metade do Estado não tem internet de qualidade.
Por que em Mato Grosso é tão difícil implantar e ter sucesso com ideias e tecnologias, que muitas vezes já são utilizadas em outras cidades?
Muitas vezes por uma questão cultural, o Estado, as pessoas, a gente vem recebendo migrantes e imigrantes e isso de alguma forma talvez interfira, mas as dificuldades vão sendo superadas e a inovação, ela, vem chegando a Mato Grosso a passos largos. O governador tem investido em inovação, investido em tecnologia e esses investimentos vão também refletindo nos municípios, para os nossos cidadãos, e notoriamente a inovação vai acontecer, com certeza vai chegar ao Estado de Mato Grosso e nós temos condições de fazer muito isso.
Talvez a nossa sociedade não saiba muito o que tem acontecido dentro do Estado, mas as nossas universidades têm grandes pesquisadores de renome nacional, e de certa forma provocam 100% de inovação para o nosso Estado.
A tecnologia 5G, já está presente para ser usada em Mato Grosso e vai haver concorrência para baratear o serviço e chegar até a ponta, ao consumidor final?
Na verdade, a tecnologia 5G não depende somente do Estado de Mato Grosso essa é uma concessão que vem do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério da Comunicação e é um dever da União, eu tenho certeza que em Mato Grosso assim que tiver implantada – acho que hoje estão em teste em algumas cidades do país, mas assim que essas concessões forem liberadas eu tenho certeza de que Mato Grosso se fará presente e terá também essa tecnologia que vai viabilizar muito, não é simplesmente baratear custos não, a qualidade do serviço que é muito superior do que nós conhecemos nos dias de hoje.
Alguns profissionais da área tecnológica apontam que esse período de pandemia vivido no mundo deve acelerar o desenvolvimento tecnológico principalmente no campo da internet. Mato Grosso está preparado para essa nova realidade?
Realmente Mato Grosso não está preparado para essa realidade. Se formos observar hoje, infelizmente, metade do Estado não tem internet de qualidade. Isso é um grande problema e o governador ele já tem buscado algumas alternativas. Temos um grande projeto que é fazer a interligação de todos os municípios do Estado com fibra, para nós darmos mais qualidade, mas também um investimento muito caro que o governo ainda pretende iniciar por Cuiabá e a baixada cuiabana para começarmos uma implantação. É um investimento muito alto a ser feito ainda no Estado, porém necessário para o bom desenvolvimento de Mato Grosso tendo em vista que realizamos essa semana um evento (Cidades Inovadores) onde tivemos parcerias para oferecermos mais qualidade e sabemos que não é possível que o Estado todo esteja com essa capacidade que nós temos aqui hoje, ou seja, que essa disponibilidade que a capital tem. Hoje Cuiabá tem disponibilidade de uma internet de qualidade.
A pandemia acelerou um pouco esse processo de uma forma também positiva. Nós aqui na Secretaria já tivemos vários eventos e tudo de forma virtual e que passamos até ser referência. Como o evento Cidades Inovadoras podemos citar a Semana de Tecnologia, um evento nacional que todos os Estados fazem na mesma data e nós passamos a ser referência pelo modelo que nós conseguimos implantar aqui. Uma plataforma inteligente e que nós realmente saímos na frente. Então muitas vezes as pessoas desconhecem do que é tecnologia e inovação aqui em Mato Grosso, existem pessoas capacitadas, existem grandes empresas preparadas para isso e que nós estaremos sempre juntos dando apoio e trabalhando.
O que muda nas relações de emprego, empresas virtuais x físicas com essa nova realidade onde a internet está cada vez mais presente?
Tem benefícios muito positivos. Hoje se a gente pensa que a tecnologia tira emprego, não, a tecnologia gera emprego. O que precisa é as pessoas se qualificarem para aquela necessidade. A tecnologia hoje acelera, cria viabilidades, ela facilita muitas coisas para gente. Ainda temos a questão de cultura, é difícil para algumas pessoas fazer uma reunião onde você ficará somente no campo virtual. Somos acostumados a encontrar um monte de amigos, bater papo, aquele calor humano, a gente vê pessoas. No ambiente virtual não vemos as pessoas, mas ela gera muitos empregos e é uma realidade diferente. Agora precisamos nos adequar. A tecnologia as vezes precisa de uma adequação a sociedade, a qual precisa se transformar assim como a tecnologia vai se inovando e nós também precisamos nos inovar.
E, quanto ao Parque Tecnológico de Mato Grosso, como estão as obras e qual o cronograma para finalizá-lo?
Talvez muitas pessoas ouvem falar do Parque Tecnológico e parece até que é algo que não existe, é bonito nome Parque Tecnológico, mas é algo que ninguém consegue chegar próximo dele. Aliás não chegava próximo, hoje sim já é uma realidade, é por isso que nós devemos reforça a diferença da gestão do governador Mauro Mendes onde ele acredita na inovação, onde ele acredita na tecnologia e ele autorizou o início do Centro de Inovação do nosso Parque Tecnológico em Mato Grosso. É onde nós vamos estar recebendo as startups, as incubadoras. É ali que nós vamos dar o ponta pé, nós vamos virar essa página e fazer com que Mato Grosso entre de cabeça no mundo da tecnologia.
Então a obra, ela vem a todo vapor. Nós temos uma previsão para o final de 2022 já estar finalizada essa obra. Nós acreditamos muito nessa virada de mesa para que a gente possa estar a passos largos tendo mais inovação, mais tecnologia para tender a nossa demanda do agro e todos os segmentos dentro do nosso Estado.
Hoje já temos construído 40% do Centro de Inovação, já temos recursos assegurados para este ano todo e o governo tem dito da garantia dos recursos par ao ano que vem finalizar 100% da obra.
E, com relação à questão da Educação, pois a Secretaria, além de Ciência e Tecnologia, também trabalha com educação, cursos técnicos. Quantas vagas para cursos técnicos foram ofertadas neste ano? Como foram essas capacitações em meio a pandemia, ocorreram na modalidade EAD?
Sim nós temos cursos online. É como a gente falou a questão da tecnologia, os cursos não pararam pela pandemia. Continuaram a ser ofertados o ano passado, este ano também. Já são mais de duas mil vagas e este ano já vamos iniciar mais uma etapa dentro do presencial, uma parte será de forma hibrida, porque nossos cursos técnicos parte dá para fazer via on-line. Mas outra parte, por ser um curso técnico ela tem o estágio que tem aulas práticas então não tem como a gente parar 100%.
Mas a secretaria foi se inovando, foi buscando alternativas para a gente não parar e continuar ofertando as vagas para atender a nossa sociedade. São mais de 500 vagas de cursos, programador de web, programador de computador, promotor de vendas, além dos presenciais. E, hoje já estamos em dez municípios ofertando alguns cursos para este ano ainda são aí mais 300 vagas.
Eu acho que de quando começou a pandemia para agora, quando a gente imaginava que tudo ia ficar parado, já vamos aí para próximo de 2.500 vagas de pessoas a serem formadas e entregues à sociedade. Nossa previsão é que as aulas presenciais sejam retomadas em agosto deste ano.
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