• Cuiabá, 10 de Setembro - 2025 00:00:00

É uma vitória, mas também um alerta de que estamos de olho, diz Glaucia Amaral


Da Redação

“Vencemos. Mas, principalmente, as pessoas que têm vindo até mim falam que se sentiram representadas com a decisão porque entenderam que ser contra a contratação não é ser contra a ressocialização. Elas entenderam que a mensagem desta contratação seria negativa, que a influência e o recado que ela passaria seria extremamente negativa. É satisfatório, também, a repercussão nacional que o caso teve, mostrando a importância do posicionamento do Conselho e da força das mulheres”, disse a procuradora do Estado e presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher em Mato Grosso (CEDM), Glaucia Amaral, considerando uma vitória a desistência da contratação do goleiro Bruno Fernandes pelo time Operário de Várzea Grande. A decisão ocorreu na quarta-feira (22).

A presidente do Conselho da Mulher também pontua que o próprio time e seus jogadores entenderam a necessidade de recuar. “O Operário perdeu dois patrocinadores e teve que compreender que a contratação poderia implicar em ainda mais efeitos negativos. Fica a lição”, completa.

Glaucia, no entanto, pondera que o “Caso Bruno” é um dentre tantos outros que o Conselho da Mulher lida diariamente. “Houve a vitória, nós comemoramos, mas com o encerramento do caso, já estamos com outra situação a caminho. Temos acompanhado, atentamente, o relatório de segurança pública com o aumento do feminicídio em Mato Grosso e precisamos nos posicionar. O recado com a vitória contra o goleiro é que estamos de olho e essa atenção é rotineira”.

Dados recentes divulgados pela Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEAC) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) indica que das 87 mulheres assassinadas em Mato Grosso em 2019, 39 foram de feminicídios.

A tipificação “feminicídio” foi inclusa pela lei 13.104/2015 na categoria de “crime contra a vida no que diz respeito a homicídio de mulheres praticados em virtude de violência doméstica e familiar ou menosprezo/discriminação contra a condição de mulher”.

“Nossa luta não para e é cotidiana. Por isso precisamos da atuação do Conselho Estadual de Direitos da Mulher, entidade que representa não apenas setores públicos, mas sociedade civil em geral, e que reflete em uma sociedade menos desigual para com as mulheres”, completa Glaucia Amaral.

O caso

Bruno Fernandes foi goleiro de times grandes como Atlético Mineiro, Corinthians e Flamengo. O atleta foi preso em 2010 e condenado em 2013 por homicídio triplamente qualificado da modelo Eliza Samudio, com quem teve um filho. Bruno teve progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em 19 de julho de 2019, após uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha (MG).

 

Com Assessoria




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