• Cuiabá, 26 de Agosto - 2025 00:00:00

Saída de Taques do PSDB coloca governador em campo arriscado, aponta analista


Sonia Fiori - Da Editoria

Na opinião do analista político João Edison, um cenário no mínimo arriscado. Essa é a concepção inicial sobre a estratégia em análise do governador Pedro Taques de deixar o PSDB, após descontentamento com posições internas do partido que esbarram diretamente na construção da chapa majoritária nas Eleições 2018.

O mapa se arrasta em suposições num quadro que tem de certo sua indefinição, leia-se as movimentações do DEM do ex-senador e secretário de Assuntos Estratégicos de Várzea Grande, Jaime Campos, que criará nova musculatura após o escopo de novas adesões de insatisfeitos do PSB principalmente. As mais diferentes possibilidades são desenhadas, mas os traços não percorrem o círculo necessário para um projeto sólido num terreno que poderá ser alterado. Pré-candidatos de hoje podem não ser os de amanhã.     

Frisado o ponto em questão, o da possível desfiliação de Taques, a ponderação de João Edison descreve o campo temeroso para o governador se levada adiante sua saída do ninho tucano.

João Edison chama a atenção para a necessidade de o candidato ao Governo no próximo ano contar com apoio de prefeitos. O PSDB tem em seus quadros 40 prefeitos, 20 vice-prefeitos, 190 vereadores, quatro deputados estaduais, Guilherme Maluf, Baiano Filho, Jajah Neves e Saturnino Masson e um federal, Nilson Leitão.

A tendência é de que a desfiliação de Taques provoque o efeito afastamento da agremiação da base, um ambiente que líderes da sigla como o ex-vereador e integrante da gestão Pedro Taques, Paulo Borges que se prepara para assumir o partido no Estado, na próxima sexta-feira (10), tenta conter.

“A próxima eleição será de quem tiver mais apoio de prefeitos, mesmo um governo em processo de reeleição se não tiver uma frente ampla nos municípios, pode inviabilizar até a própria candidatura”, disse João Edison acentuando ainda que “o PPS está muito enfraquecido no Estado, e tencionado com o grupo original que conduziu a eleição de Pedro Taques, na majoritária ninguém faz sucesso sozinho”. 

Taques está em linha de enfrentamento com o presidente estadual, deputado federal Nilson Leitão. Próximos do chefe do Executivo estadual apontam dissabores com decisão de Leitão de não abrir mão dos planos de disputar o Senado, o que dificultaria composição com siglas aliadas.

Já os apoiadores de Leitão dão outra versão: o ponto de ebulição do racha no PSDB teria sido causado pelo “Plano B” da agremiação, que chegou a considerar a possibilidade de encontrar outro projeto para o pleito, analisando a chance de Taques concorrer ao Senado, abrindo mão do foco de reeleição.

Nesse aspecto, levaram em consideração desgaste do Governo que aos poucos vem sendo atenuado com política incisiva de ações governamentais macro, a exemplo a viagem internacional que costura investimentos de bilhões ao Estado, mas que ainda é alvo de críticas e precisa superar desafios como o equilíbrio fiscal e financeiro.

PPS

A saída do governador Pedro Taques teria alinhamento com o PPS no campo nacional em conversas com líderes como o senador Cristovam Buarque, amigo de Taques, que deixou o PDT, assim como o governador do Estado.

O que não se mede ainda é a reação chamada “Percival Muniz”, ex-prefeito de Rondonópolis e presidente do partido em Mato Grosso. De aliado de Taques, Muniz é hoje uma das vozes mais críticas da gestão tucana.

As costuras de cima para baixo nem sempre tem os efeitos esperados, sendo um dos exemplos mais claros o retorno do deputado federal Valtenir Pereira ao PSB, que provoca desfiliação em massa. Os reflexos não devem ser os mesmos, dado o potencial da figura de um governador do Estado, mas nesse caso seria imprescindível uma reaproximação real entre Taques e Muniz. 




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