• Cuiabá, 23 de Agosto - 2025 00:00:00

Silval confessa propina de R$ 18 milhões no VLT


Da Redação - FocoCidade

Na decisão disponibilizada pela Justiça, que embasa a Operação Descarrilho da Polícia Federal sobre fraudes no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) confessa ter negociado propina de R$ 18 milhões.

O depoimento de Silval Barbosa feito ao Ministério público Federal (MPF) expõe o cenário sombrio da corrupção na gestão do peemedebista, envolvendo nomes como o do ex-secretário da Secopa, Maurício Magalhães, além de empresários alvo da PF nesta quarta-feira (9).  

Na revelação do ex-governador, feita no dia 7 de julho deste ano, ele pontua a tratativa da propina com a empresa CR Almeida, em relação a um percentual estabelecido sobre o custo das obras.

“A propina ficou acertada em 3% (três por cento) sobre o montante de R$ 600.000.000,00 (seiscentos milhões de reais) e ficou acertado que o pagamento se daria por intermédio de uma das empresas de João Carlos Simoni, um empresário ligado ao grupo político de Silval Barbosa e que, inclusive, é investigado no âmbito da denominada Operação Ararath em razão de sua relação com os integrantes da organização criminosa investigada naquela operação com envolvimento em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro”, destaca trecho da decisão.

A propina, segundo Silval Barbosa, seria paga por meio da subcontratação da empresa de João Simoni, um dos alvos da Operação Descarrilho, através do consórcio vencedor do VLT.

“Os pagamentos de propina nesse caso foram efetivamente feitos dessa forma, mas não foi recebido todo o valor da propina ante o término do governo e não conclusão das obras e não execução de todos os pagamentos previstos”.

O ex-gestor de Mato Grosso observa que não teve o pagamento integral da propina. Silval teria usado a negociação para pagamento de dívida contraída pela Todeschini Construções e Terraplanegens. A operação teria ocorrido em 2012 por meio do Banco Rural.

“A propina negociada por Silval Barbosa e Maurício Guimarães com os representantes da CR Almeida acima citados tinha como objetivo suprir João Carlos Simoni de recursos para pagar a dívida contraída perante o Banco Rural, assim o dinheiro era desviado, mas não retornava para os agentes políticos, sendo direcionado ao pagamento do banco”.

Consta ainda na decisão que “a análise bancária contida no Laudo de Perícia Criminal  856/2016, acostado às fls.700/751 dos autos, revela que um dos principais destinatários pessoas jurídicas que receberam recursos do Consórcio CR Almeida — Santa Bárbara foi a empresa Cohabita Construções Ltda, que recebeu, apenas no período compreendido entre 01/07/2012 e 13/03/2014, R$ 16.2016.489,44, com destaque para diversos pagamentos, em valores altos e fechados, conforme ilustrado na informação policial anexa”.




Deixe um comentário

Campos obrigatórios são marcados com *

Nome:
Email:
Comentário: