Da Redação - FocoCidade
O trote é crime previsto no Código Penal, mas continua sendo uma prática no Estado com dados alarmantes. Levantamento aponta que os trotes aos telefones de emergência da segurança pública aumentaram 45% nos cinco primeiros meses de 2017. Ao todo, foram registrados 264.778 mil trotes. No mesmo período do ano passado foram 146.132.
Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340 do Código Penal: falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa.
Devido à proporção do problema, os atendentes do Ciosp receberam capacitação para identificar os sinais de falsas ocorrências ao primeiro contato. Embora não consiga bloquear todas as ligações indevidas, a triagem ajuda a amenizar os prejuízos.
Segundo o balanço, 24.640 trotes foram realizados por crianças, que entre as práticas mais comuns, estão canções, palavrões e relatos inverídicos sobre algum tipo de violência sofrida.
Outros 13.623 mil trotes foram praticados por adultos e 224.498 mil foram chamadas não concluídas, que é quando a pessoa liga e ao ser atendido, desliga o telefone e não faz nenhuma comunicação com o atendente.
“As crianças geralmente se valem dos horários de chegada e saída da escola para fazer as falsas ligações”, declarou o gerente técnico do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o segundo sargento BM Leandro Gustavo Alves.
No momento em que ocorre o trote, um ramal fica ocupado, impossibilitando ajudar realmente quem precisa. Contudo, os prejuízos vão muito além.
As chamadas indevidas geram um “efeito dominó” em todo o sistema de emergência, pois quando não é possível identificar que a pessoa está passando um trote e a ocorrência é despachada para as nossas equipes. Empenhamos uma viatura que não precisava ser empenhada, colocamos em risco uma guarnição de serviço, além de gerar custo ao Estado.
Desde maio de 2017, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), modernizou a ferramenta de identificação de chamada telefônica recebidas pelos números de emergência.
O recurso possibilita a identificação do local de onde partiu a chamada telefônica. A tecnologia implantada visa dar celeridade no retorno de cada ocorrência recebida e identificar trotes.
“As pessoas precisam tomar consciência que trote é crime. Adotamos essa ferramenta de identificação para coibir esta prática”, disse o coordenador do CICC, tenente coronel PM Arlindo Marques de Souza Filho.
SMS
Para inibir os trotes feitos pelo telefone celular e se aproximar do cidadão, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) implantou, em julho de 2014, um sistema de envio de mensagens de texto informativo.
O sistema é acionado quando a chamada de uma pessoa, via celular, é classificada como trote pelos atendentes do Ciosp. Uma mensagem de texto é enviada automaticamente ao celular com os seguintes dizeres: “Ciosp informa! Você fez uma chamada ao número de emergência que foi classificada como TROTE. TROTE é ato criminoso de acordo com o artigo 340 do Código Penal”.
Já quando a chamada não é um trote, a pessoa que realiza a ligação via celular ao Ciosp, recebe um torpedo SMS com o seguinte texto: “Você fez uma chamada ao número de emergência. Estamos empenhados em lhe atender”. A mensagem contém ainda o número e o dia da ocorrência gerada no sistema.
Atendimentos
O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) é responsável pelo recebimento das chamadas emergenciais da Polícia Militar (190) e Corpo de Bombeiros (193), chamadas de emergência de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana (118) e disque denúncia da Polícia Judiciária Civil (197) e denúncias de violência contra a mulher (181). A central também coordena o envio de pessoal e viaturas ao atendimento das ocorrências e o videomonitoramento. (Com assessoria)
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