O que mais os brasileiros precisam hoje, além da queda da inflação, comida na mesa, transporte de qualidade e moradia digna em local seguro, contando com equipamentos públicos como creches, saúde, educação e qualidade de vida?
Certamente que é EMPREGO. E aqueles que estão empregados precisam de renda muito melhor do que possuem hoje para realizarem suas escolhas de onde morar, estudar, comprar e ter tempo e dinheiro suficientes para conseguir chegar em casa em tempo hábil contando com transporte eficiente, educarem e estarem mais presentes na vida dos filhos e conseguir um mínimo de lazer e qualidade de vida familiar. Todos precisam disso e deveria ser um direito assegurado a todos.
Como o País e seus governantes executivos, nas três esferas, o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais podem contribuir, ou melhor, acelerar a queda nos índices de desemprego e subempregos? Melhor ainda, abrir novas frentes de trabalho, de forma a proporcionar até concorrência para contratação de pessoas e não mão-de-obra (o que proporciona melhor renda àquelas mais qualificadas)?
Sem dúvidas são necessárias duas frentes: a primeira, através de grandes investimentos, principalmente dos governos e também simultaneamente, da iniciativa privada. Mas para isto deve-se ter uma política clara e atrativa para as empresas. Caso contrário, as empresas se instalam onde faturam melhor e têm mais facilidades e menos burocracia.
A segunda e mais importante é a da educação, formação e qualificação de excelência. Ambas precisam de tempo pois projetos estruturantes que dependem de arquitetura e engenharia não são criados celeremente, nem se formam educandos nas escolas e faculdades num estalar de dedos. Mas precisamos começar imediatamente. É um projeto de médio e longo prazo vislumbrando o futuro, independente de quem estará no poder.
Em Mato Grosso, os governantes podem acelerar a capacitação e ampliar a oferta de emprego. O Estado já é o que mais realiza investimentos em todo o país, com obras de impacto como rodovias, escolas, hospitais, etc., em praticamente todos os municípios. Graças ao agronegócio há oferta de empregos, pois o Estado é o maior produtor de cereais e proteínas de animais do país.
O Ministério da Agricultura prevê faturamento da produção agropecuária para o ano de 2022, de R$ 210 bilhões de reais, 17% superior ao ano anterior¹. O que os governantes precisam é de atrair novas indústrias e sua cadeia de fornecedores para agregar valor à essa produção, pois exporta quase tudo em produtos in natura, sem qualquer beneficiamento local. Como exemplo, podemos citar o Ceará, que tem grande e sólida indústria de couro e têxtil, inclusive voltada para exportação e turismo local, sem nada ter de significativo em produção agropecuária. Isso gera valor, multiplicando várias vezes o faturamento das indústrias e gerando milhares de empregos, renda e, por conseguinte, impostos.
Hoje, 23/06/2022, o Sine-MT, aponta que há oferta de 1.696 vagas de emprego² e poucas são preenchidas imediatamente, apenas e exclusivamente, por falta de qualificação. Por erros passados os governantes, independentemente de ideologia partidária - apesar de pequenos avanços - não priorizaram a educação e a capacitação suficientes para atender a demanda e, ainda, contamos com uma altíssima taxa de natalidade. Então juntou-se a cada ano, uma nova geração de jovens que não tem oportunidade do primeiro emprego, com a geração daqueles que tinham empregos mas que foram demitidos devido a grave crise econômica.
Sabemos que há plataformas de cursos online gratuitos e, o melhor, o denominado Sistema S, o SESC, SENAI, SENAC, SENAR e SEBRAE possuem cursos de qualificação, gratuito ou não, que resolvem de imediato o problema de escassez de pessoas qualificadas, tão procuradas pelas empresas privadas do Estado. Muitas vezes conseguem ocupar a vaga pessoas “importadas” de outros Estados. São cursos de poucas horas, dias, semanas. Isso é rápido. O que os governantes poderiam fazer imediatamente já sabedores de qual é o tipo de qualificação que o mercado está procurando, seria convênios com todo o Sistema S para ofertar maior quantidade de vagas gratuitas para a população, além de divulgar amplamente e por diversos meios, os cursos e vagas ofertadas, não só na capital, mas em todo o Estado e/ou cidades polos.
Dessa forma, se pensando em soluções a curto, médio e longo prazos pode-se vislumbrar um futuro mais promissor para toda a população do Estado de Mato Grosso, ou mesmo do país, pois poderia servir de exemplo, cases de sucesso. Enfim, a população com mais educação, formação e qualificação, estará mais preparada para o mercado causando competição entre estes, o que oportuniza melhores salários. Só assim teremos melhor distribuição de renda e o país poderá resolver praticamente todos os seus problemas de segurança e exigir dos seus governantes, mais qualidade nas obras, melhorias em saúde, educação e lazer.
Jadson Barros é administrador e gerente de Recursos Humanos.
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