• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

O que os partidos não entenderam

A insistência com o nome do ex-presidente Lula por parte do Partido dos Trabalhadores já é um acinte ao país e ao brasileiro. Estão colocando um homem acima da nação. Seu poder, embora ainda decantado por muitos, se esvaiu na medida que não mudou o status da política brasileira e nem assumiu publicamente seus erros. Deveria ter imaginado que ele, justamente ele jamais seria perdoado se errasse.  Errou não poderia errar

Lula foi e continuará sendo o presidente mais popular da história do país. Dificilmente haverá, nos próximos 500 anos, outro que chegará a grau de popularidade que ele chegou. Logo nos leva a acreditar que hoje, mesmo que ele ainda seja idolatrado por um número significativo de brasileiros, ele também é rejeitado por muitos daqueles que já o seguiram por anos.

Seus algozes de hoje não são apenas os “nazistas”, ”fascistas”, “tucanos”, “coxinhas”, “direitistas” ou “neoliberais”, como costumeiramente rotulam. Tem muitas pedras sendo atiradas por mãos de ex-admiradores do ex-presidente, por mão que já apertaram o 13 nas urnas. Mas Lula, apesar dos erros imperdoáveis e não assumidos, tem méritos na história deste país e não é só junto as classes populares. O tempo vai mostrar. Mas isso não significa que ele tem que voltar. Ele o Lula não é vitima é réu, mesmo que em politica nem todo réu é condenado.

Vamos lembrar que o principal instrumento democrático de mudança de um país nunca foi e não é votação ou eleição. O principal instrumento são os movimentos em massa. Em 1930, Washington Luiz foi declarado vitorioso na eleições, fraudadas ou não, mas quem governou e mudou a história do Brasil foi Getúlio Vargas.

Em 1990 quem foi eleito foi Fernando Collor de Melo, mas quem governou e mudou o Brasil foi Itamar Franco, vice até então desconhecido do povo brasileiro. Itamar foi escondido durante a eleição, nem aparecia na foto de campanha.

Em 2014 Dilma Rousseff foi reeleita nas urnas, mas já havia perdido seu mandato em junho de 2013 nas manifestações durante a Copa das Confederações, ganhou mas não governou. Seu vice governou até o vazamento do áudio do Joesley Batista. De lá para cá é um peso morto no poder, talvez não chegue até dezembro de 2018. E não tem essa de Temer ter sido eleito junto com o PT logo a culpa é deles; é desonesto fazer essa afirmação. Sabemos que Temer só ficou no poder porque assumiu o discurso de Aécio Neves e fracassou porque é corrupto e porque Aécio também fracassaria, não pelo modelo, mas pela falta de honestidade e caráter.

Se Lula for candidato agora em 2018, mesmo que saia vitorioso na urnas, iniciará um mandato “sem vida”, derrotado. Não vai ficar quatro anos no poder, será deposto, pois perdeu o principal para um homem público, não foi grande o suficiente para assumir seus erros, mente: esta sem moral junto a uma parte significativa da sociedade e sem credibilidade junto as demais autoridades do país. Portanto, insistir com ele é odiar o Brasil.

O PT de Lula e de Dilma no poder fez o que os outros partidos já fazem há muito tempo: usam do modelo de estado para benefícios de seus membros, de forma legal e ilegal, ao bel prazer. Então, qual a diferença? Os demais partidos convivem com a pecha de corrupção de seus membros desde o nascedouro e sempre souberam lidar com isso sem se apegar a moral e a ética, aceitaram que são inconsequentes.

O PT assumiu o poder condenando as práticas viciadas e corruptas dos demais. O Brasil acreditou nisso. Quando fez mais do mesmo que já existia, nem a sociedade e nem os outros partidos aceitaram, por isso a mão da justiça e o julgamento popular tem sido mais duros com eles. Por tudo isso Lula é um complicador e não uma solução.

O partido parece se negar ver a verdade e rejeita lamber as feridas para continuar a existir. Tem que fazer um exame de consciência e pedir perdão a sociedade. Depois seguir, reconhecendo os próprios erros  tem muito a contribuir . Mas e os outros partidos? Ah sim, os outros sempre soubemos quem eram. Lidam com suas contradições e malandragens desde o nascimento.  O PT falou, brigou e disse que era diferente, não era! Insistir com Lula é odiar o Brasil é querer o caos.

Não só o PT, mas a partir desta questão os partidos, todos precisam entender que há um novo conceito se o candidato a presidente não tiver moral ilibada, não adianta vencer as eleições porque não governara.

No blá blá blá politico das ideologias  uns querem lucro (direita), outros querem poder (esquerda), mas quem trabalha para manter o país de pé quer apenas um  país que seja serio, justo, honesto e que funcione, querem paz para viver e trabalhar.

 

João Edison é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.



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