Onofre Ribeiro
A política eleitoral de 2018 em Mato Grosso há uma semana era completamente outra. Nesta semana avançou meses. O agravamento que representou o ponta pé inicial das reações, começou na fala do governador Pedro Taques na abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa. Lá ele propôs a criação de um fundo de estabilização fiscal com recursos contingenciados dos repasses dos poderes. E fez anúncios muitos sombrios das finanças do governo até março próximo. Ali ficou claro um descontrole fiscal.
Essa leitura do descontrole deu o start nas movimentações eleitorais. Imediatamente o ex-senador Jaime Campos deu declarações a respeito do seu apoio condicionado e o do DEM à reeleição do governador. O mesmo fez seu irmão Júlio Campos. O senador Blairo Maggi fez acenos de repensar o seu apoio tido como certo à reeleição. O ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes que vinha hipercauteloso abriu a guarda e deu declarações e críticas ao governador Pedro Taques, abrindo a possibilidade de ser candidato a governador. O conselheiro do TCE, Antonio Joaquim veio à mídia criticar a situação fiscal denunciada pelo governador na Assembleia Legislativa.
Porém, igualmente emblemática é a posição do vice-governador, Carlos Fávaro. Uma semana atrás almoçou feijoada na residência do governador junto com os cardeais da política, exceto Blairo Maggi. Lá, ele reafirmou a sua extrema lealdade ao governador. No correr da semana o que se viu foi o vice-governador peregrinando pelo interior do estado fazendo campanha. Líder com expressão no PSD, o seu partido, está medindo o seu pulso eleitoral.
Na hipótese da candidatura Pedro Taques não se viabilizar, ele surge no radar como pretendente. Busca o apoio do agronegócio para uma candidatura. No fundo, Fávaro se contentaria bem continuar como vice-governador no próximo mandato de Taques. Mas como o tabuleiro de xadrez mexeu muito, ele está medindo o seu prestígio eleitoral. Não se pode chamar de traição da forma como vem conduzindo.
Mas seguramente incomoda nomes fortes como Jaime Campos, Mauro Mendes e Nilson Leitão. A Blairo Maggi não afeta.
A leitura indica que durante o carnaval os caciques de Mato Grosso não vão brincar. Vão pular córregos, rios e estradas em busca da construção política de apoios e de chapas que os levem a 7 de outubro com garantias.
Concretamente teve-se o efetivo começo da campanha eleitoral. No topo da sua condução dois cardeais: Pedro Taques e Blairo Maggi. Todas as pedras do tabuleiro do xadrez eleitoral vão girar em torno deles. Por enquanto...
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso


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