Da Redação - FocoCidade
Deve avançar a política do Estado de comercialização de créditos de carbono, num mercado internacional que visa a redução da emissão dos gases que aceleram o processo de aquecimento do planeta. A sinalização é de investimentos da iniciativa privada em Mato Grosso.
Nesta semana, o Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas (CGPPP-MT) autorizou que seja dado encaminhamento a duas propostas de estudo para a comercialização de créditos de carbono no Estado. O órgão responsável pela elaboração da política de PPP é formado por oito secretarias estaduais e presidido pelo secretário de Planejamento (Seplan).
Por meio de uma Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP), as empresas europeias Permian Brasil Serviços Ambientais e Ltda, com sede na Noruega, e Althelia Climate Fund GP, com sede na Inglaterra, registraram a intenção de desenvolver com o Governo projetos voltados à conservação do meio ambiente.
Nessa modalidade de empreendimento é a iniciativa privada que entra com o capital do investimento, passando a receber pelo serviço só após iniciar a oferta. “As vantagens de adotar essas parcerias são várias e a da economia está em primeiro lugar”, pontuou Guilherme Müller, presidente do Conselho Gestor do Programa Estadual de PPPs.
A Permian Brasil apresentou interesse em implantar um projeto de proteção em quatro unidades de conservação estaduais, nos municípios de Colniza e Aripuanã, região ao noroeste do Estado conhecida como arco do desmatamento. A proposta é gerar créditos de carbono que serão comercializados trazendo receitas tanto para a empresa como para o Governo do Estado.
Enquanto a Althelia Climate Fund, propõe que seja desenvolvida uma plataforma para negociar os ativos ambientais de Mato Grosso. Juntas as duas empresas privadas manifestaram interesse em investir mais R$ 35 milhões no Estado.
“Isso é uma inovação. Nós não temos uma agenda de comercialização de créditos de carbono no Estado. Também é uma possibilidade de trazermos um arranjo de gestão para as unidades de conservação que hoje não tem nenhum tipo de política estruturada para o cuidado dessas unidades”, comentou a presidente da MT Parcerias S.A., Maria Stella Conselvan.
Para o secretário-executivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), André Baby, a aprovação das duas matérias consolida a gestão ambiental sustentável do atual Governo e significa um passo importante para implementar o mecanismo de REDD+ e de valorização da floresta em pé no Estado. Além de ir ao encontro dos três eixos de atuação do programa Estratégia PCI – Produzir, Conservar e Incluir –, internacionalmente lançado pelo governador Pedro Taques durante a Cúpula do Clima de Paris.
“Quem com isso ganha é o Estado, que poderá investir em ferramentas que ampliem e aperfeiçoem o monitoramento, a fiscalização e o combate aos crimes ambientais, com vistas a cumprir a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2020. Também há um ganho para o cidadão, já que o mecanismo de REDD+ visa prioritariamente apoiar uma agenda positiva que promova equidade social, em um contexto de redução de desmatamento”, ressalta.
Após a decisão do Conselho Estadual de PPPs, o próximo passo é publicar a autorização para que as duas empresas façam o estudo desses projetos e abrir chamamento público para que qualquer empresa nacional ou mundial que queira estudar também se apresente para o Estado. (Com assessoria)
Do Portal Brasil
A partir dos anos 2000, entrou em cena um mercado voltado para a criação de projetos de redução da emissão dos gases que aceleram o processo de aquecimento do planeta.
Trata-se do mercado de créditos de carbono, que surgiu a partir do Protocolo de Quioto, acordo internacional que estabeleceu que os países desenvolvidos deveriam reduzir, entre 2008 e 2012, suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) 5,2% em média, em relação aos níveis medidos em 1990.
O Protocolo de Quioto criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada das emissões. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução da emissão de gases poluentes tem direito a créditos de carbono e pode comercializá-los com os países que têm metas a cumprir.
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