Onofre Ribeiro
Nestes últimos dias tenho insistido em temas relacionados às transformações políticas, econômicas, institucionais e sociais quer o Brasil vem experimentando. Claro que elas tem reflexo pesado sobre o nosso estado e sobre o seu governo.
Num dos artigos citei um pacto pela travessia deste momento atual para um próximo momento, nesse caso, referindo-me à gestão Pedro Taques e ao ambiente de controvérsias ao seu redor. Recebi preciosas contribuições dos leitores. Muito diversas entre si. Há os que desejam uma crise irreversível. E há os que temem por uma crise. Cada com as suas razões. Na média, a sociedade está dividida e perplexa. Por perplexidade entenda-se indecisa.
Outras gestões enfrentaram ambientes adversos e souberam lidar. Não seria diferente agora, até porque o ambiente nacional é de degradação e de começo da reconstrução de uma nação que se desintegrou pela incompetência política.
Contudo, a gestão Pedro Taques continua padecendo só de interlocução política. No mais vai bem. Com a sociedade, com os poderes, com os setores produtivos e com os setores representativos diversos, incluindo os servidores públicos. Vamos à prática. Por pacto pela travessia entenda-se compartilhar com a sociedade completa os ganhos, as perdas e os riscos da gestão. Em última análise todos tem a ganhar e todos tem a perder.
Portanto, o ambiente de quanto pior, melhor, não interessa. Parece claro que o governador não construiu canais de conversas e de conduções de conversas dentro da linguagem política. Ele próprio não é um especialista nisso. Sua tradição é muito recente e seu perfil é muito reativo. Tudo bem, desde que ele tenha “conversadores profissionais” ao seu lado pra conversar, negociar, ouvir, dialogar, discutir, irritar-se, barganhar, brigar, apanhar e, por fim, fechar acordos e entendimentos. Isso não é tarefa pro governador. Ele deve ser o magistrado que fecha os assuntos depois de devidamente “conversados e acordados”, em linguagem um degrau acima do cotidiano.
Tomo a liberdade de colocar a conversa nesses termos depois de conversar com muita gente que tem visões parecidas.
E pra encerrar o assunto com clareza: nem oposição relevante o governo tem. Logo, padece apenas da construção de uma linguagem de conduta baseada nas conversações e na articulação política. Pra isso não precisa descer nenhum degrau na ética. O ambiente no país é de transformações e mesmo os “bandidos” de carteirinha que ainda teimam em existir, sabem que a travessia traz junto um novo jogo. Mas esse não exclui conversar longamente e rever eventuais posições ortodoxas.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
Ainda não há comentários.
Veja mais:
PC: homem é preso com quase 3 mil arquivos de pornografia infantil
TCE: parecer favorável à aprovação das Contas 2024 do Governo de MT
CPMI do INSS: senador pede legislação que dê segurança aos aposentados
Assalto violento em fazenda: TJ nega redução de pena
Após incêndio em veículo, Justiça condena empresa de ônibus
Polícia Federal desmantela grupo acusado de crime de moeda falsa
Operação Ruptura da Polícia Civil mira facções em Mato Grosso
Câmara pauta projeto que regula redes sociais para crianças
Decisão: intimação eletrônica equivale à pessoal em processos
42 anos da FCDL-MT: uma trajetória de fortalecimento do comércio e desenvolvimento para Mato Grosso