Diante da estabilidade dos casos da Covid-19 anunciada pelos órgãos de saúde do estado, observada neste final de agosto, os prefeitos de Mato Grosso já respiram mais aliviados, mesmo assim não descuidam e não fogem à responsabilidade com a população, tendo os devidos cuidados que devem ser levados em consideração, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde e outras instituições ligadas à área.
Os gestores municipais continuam trabalhando diuturnamente, junto com as suas equipes na linha de frente combatendo a pandemia. Como se sabe, desde o início todos eles estão empenhados no trabalho árduo de prevenção e de controle da propagação do vírus, mesmo às vezes não sendo bem compreendidos por adotarem medidas rígidas e necessárias para proteger a população.
Neste contexto, enfrentaram resistências de parte da comunidade, sofreram pressões políticas e de alguns segmentos econômicos. De um lado, a cobrança daqueles que reagiram aos decretos municipais, exigindo a abertura do comércio e de atividades não essenciais e também a flexibilização das medidas.
De outro, o pedido para continuar com as medidas restritivas, o fechamento das atividades não essenciais e o isolamento social como forma de evitar a proliferação do vírus.
O bom senso entre todas as partes envolvidas predominou e os resultados já são observados nessas últimas semanas com o controle e a sinalização de queda no número de mortes e de contaminados.
Evidentemente que diante do quadro assustador, com o número de óbitos e de casos graves nos municípios, os prefeitos se desdobraram. Eles adotaram medidas duras, porém eficientes e oportunas, independente da classificação na matriz de risco contida no decreto do Governo do Estado.
Vale destacar que o maior desafio, quando do crescimento de casos confirmados e agravados, foi a insuficiência de leitos de UTIs, que ainda preocupa as autoridades do estado e dos municípios.
A alta taxa de ocupação das UTIs provocou o desespero de muitas famílias. Porém, o governo estadual e os gestores municipais tomaram medidas emergenciais, instalando novos leitos de UTIS e enfermarias tanto na capital quanto em alguns municípios do interior, além de suporte às prefeituras, com a distribuição de testes rápidos e medicamentos.
Cabe ressaltar que os prefeitos não estiveram e não estão sozinhos nesta batalha ainda incessante. A AMM, como entidade que defende os interesses dos municípios e da sua população, encaminhou inúmeras notas técnicas e documentos com recomendações para a adoção das medidas restritivas, sanitárias e de tratamento da Covid 19.
Atentos a essas recomendações, os gestores buscaram meios para o efetivo combate, como testagem, a distribuição de kits com os medicamentos prescritos pelos médicos das unidades de saúde, a instalação de barreiras sanitárias nas entradas das cidades, a fiscalização mais efetiva nos estabelecimentos comerciais e até mesmo o lockdown, quando necessário.
Neste momento, os prefeitos aguardam o relatório da Comissão Especial da Assembleia Legislativa, que definirá o retorno das aulas com segurança, bem como a data e como será a volta presencial das atividades escolares, que estão paralisadas desde março. Lembrando que esta Comissão, criada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, e presidida pelo deputado Valdir Barranco, foi instalada por solicitação da AMM, que tem participado ativamente de todas as reuniões.
Também é importante destacar que a situação emergencial na saúde, por conta da pandemia, gerou oscilações no mercado, com sobrepreços dos medicamentos e insumos.
A AMM chamou a atenção dos gestores e de suas equipes das áreas administrativas e econômicas para um efetivo planejamento e controle dos gastos públicos, notadamente sobre a utilização de recursos para o combate à Covid-19, como o auxílio financeiro repassado pelo governo federal.
Assim, tornou mais imperativo que os gestores se antenassem para a transparência e o zelo dos gastos públicos, como também para a prestação de contas exigida pelos órgãos de controle e fiscalização.
Em que pese esse sinal de queda dos casos da Covid-19 no estado, esta luta não acabou, nem para os gestores municipais nem para as instituições envolvidas.
Os prefeitos continuarão adotando medidas que forem necessárias para proteger a população. Por conta disto é imperiosa a compreensão e a participação de todos os munícipes, dos segmentos econômicos, políticos e sociais nesta frente de combate à pandemia no estado de Mato Grosso.
Neurilan Fraga é presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios-AMM.
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