O agronegócio brasileiro exportou US$ 96,8 bilhões em 2019 – valor que representa 43,2% do total exportado pelo país, conforme dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Isto demonstra um leve crescimento do setor em relação ao ano de 2018, que somou 42,3%. Ainda segundo o Mapa, a produção agrícola deve subir cerca de 3% em 2020.
Enquanto que uma previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deverá crescer 9,8% este ano, atingindo o valor de R$ 669,7 bilhões.
No entanto, para além dos bons resultados no campo, é preciso enxergar adiante – enxergar além do poderio comprovado em números. Afinal, a Era Digital avança, a automação é crescente, a inteligência artificial bate apressada em nossa porta e cada vez mais a governança corporativa e a profissionalização da gestão são reconhecidas como ferramentas eficazes dentro desse cenário.
Por trás desse setor bilionário, que é carro-chefe da expansão da economia nacional, estão propriedades rurais, empresas e cooperativas que começam a buscar a governança corporativa para atingir novos patamares de gestão – aumentando também sua rentabilidade e longevidade. Em Mato Grosso, esse quadro não é diferente: produtores rurais estão profissionalizando o comando, originalmente familiar, desenvolvendo processos e mecanismos baseados nesses pilares.
Tanto que muitas instituições já estão experimentando o poder da gestão e da governança em seus negócios e sentem na pele o quanto isso tem agregado para que obtenham melhores resultados. Até porque o setor do agronegócio possui muitos desafios e tal recurso mostra os resultados de maneira mais objetiva, propicia as informações necessárias para que os gestores tomem as melhores decisões com maior velocidade, além de criar mecanismos para acompanhamento de resultados.
Para quem ainda não conhece, a governança corporativa pode ser definida como um sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas – envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
E as boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de curto, médio e longo prazo da organização – facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.
Tanto que para implementar a governança corporativa é preciso repensar a estrutura do negócio, realinhar processos, tecnologias e pessoas. Definir desde regras básicas até o processo de sucessão. Vale destacar que entre os princípios básicos da governança corporativa estão a transparência, a equidade, a prestação de contas (accountability) e a obediência às leis do país (compliance).
Outro ponto importante e que não podemos esquecer é que as tecnologias digitais e móveis já começaram a reorganizar as estruturas tradicionais do mercado de trabalho. Algo que facilitou as atividades profissionais, mas trouxe como impacto uma tendência de humanização dos sistemas, o que impactará a gestão do capital humano e a estrutura organizacional. Mais do que exigir a profissionalização do setor, exigirá também atenção redobrada por parte da gestão de pessoas.
Nesse mar de infinitas transformações, você já encontrou seu farol? Construa hoje o seu futuro no agronegócio.
Lorena Lacerda é palestrante, coach de executivos e times, mentora de liderança e gestão, presidente do Grupo Valure, associada à Fundação Dom Cabral em MT.
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