• Cuiabá, 28 de Março - 00:00:00

“Ganhamos mas não levamos”, relata Alan Malouf sobre suposta reunião com Taques


Da Redação - FocoCidade

O acordo de delação premiada do empresário Alan Malouf, descrevendo o cenário de supostas negociações ilícitas para quitar dívida de campanha do governador Pedro Taques (PSDB), focando o esquema de desvios na Seduc a partir de 2015, destaca em um dos trechos o enredo e nomes que integrariam as ações para sanar dívidas de caixa 2 na eleição 2014.

“O colaborador relata que em dezembro de 2014, o grupo formado por ele e por Marcelo Maluf, Erivelton Gasques, Fernando Minosso, Juliano Bortoloto e Julio Modesto reuniu-se com o Governador Pedro Taques, no apartamento deste. Julio apresentou-lhes restos a pagar da campanha, registrados em planilha das dívidas e receitas não contabilizadas. O valor da dívida era de quase 7 milhões, o que fez o governador dizer "ganhamos, mas não levamos".

Segundo Alan Malouf, o suposto enredo foi pontuado de triangulação com empresários. “Os empresários decidiram quitar a dívida, com a formatação de empréstimos. Foi feito um empréstimo com juros de 1,5%. Os pagamentos eram tratados em reuniões, em que os empresários traziam as empresas para as quais pediriam ajuda. Apresentava-se lista a Pedro Taques que concordava ou não com os nomes a serem buscados”, diz trecho da colaboração premiada.

Nesse contexto, aponta supostas doações irregulares. “O colaborador aportou, além do mútuo referido em outros anexos, mais R$ 2.500.000,00 (não ao fim, mas ao longo da campanha). Explica o fluxo de caixa da campanha (caixa 2), mencionando que Julio Modesto pode corroborar as explicações.”

Outro lado

Por meio de nota enviada pela assessoria, o governador Pedro Taques nega veementemente participação no suposto esquema. 

"Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça."




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