• Cuiabá, 29 de Março - 00:00:00

"Mauro Mendes vai pegar um momento de absoluta desmontagem da máquina", avalia Onofre Ribeiro


Da Redação - FocoCidade

Ao avaliar o resultado das eleições, que levaram à reprovação nas urnas do Governo Pedro Taques (PSDB), o analista político, Onofre Ribeiro, considera que a gestão do tucano “fez o possível para o momento dele”, mas pecou na comunicação com a sociedade. Sobre o contexto do Governo Mauro Mendes, pontua série de dificuldades como a grave situação das finanças públicas.

“O governador Pedro Taques fez o governo possível para o momento dele, nós não podemos criticá-lo não. Se ele merecer crítica é na questão de comunicação dele com a sociedade. Ele se comunicou mal com os funcionários públicos, se comunicou mal com os Poderes, é o perfil pessoal dele, mas não se pode dizer que foi um governo ruim e nem que foi um governo com desonestidade, porque realmente não foi.”

Governo Mauro Mendes

“Ele (Mauro Mendes) vai pegar um momento de absoluta desmontagem da máquina, por ouro lado ele encontra as finanças do Estado com problema muito grave. Ele terá que fazer gestão da gestão. Vai ter que fazer gestão do financeiro do Estado e ao mesmo tempo conduzir processo de desenvolvimento para o Estado, de planejamento. É muita coisa para um homem só e é muita coisa para um tempo só. Penso que o Mauro terá muita dificuldade no Governo dele, para montar toda essa engenharia.”

Eleição estranha

Ao discorrer sobre as mudanças no contexto dos eleitos, Onofre Ribeiro chama a atenção para os motivos que levaram ao destaque de renovação na Assembleia Legislativa e em especial , à Câmara Federal.

“Essa eleição foi muito estranha, é uma eleição muito estranha, porque ela pegou o país sem partidos políticos. Pegou os políticos tradicionais, todos muito desgastados. Então a gente teve uma eleição que não se pautou nem por promessa, nem por discurso, ela se pautou por uma raiva de candidatos entre si, e dos eleitores em relação aos candidatos. Nós tivemos duas sociedades, uma votando com raiva e a outra votando na base do não to nem aí. Isso foi muito ruim, porque a gente elegeu sem compromisso e aí quem é que nós elegemos? E acabou renovando praticamente tudo, reelegeu um deputado federal, renovou 14 na Assembleia Legislativa, fragmentou em partidos políticos, não se tem predominância de partido A, B ou C.”

Freada e arrumação

“Então a gente viveu e está vivendo uma terra, tipo assim, enchemos o caminhão lembrando Moisés Feltrin lá na eleição de 1998, Júlio X Dante, em que o PMDB coligou com o PFL e eram inimigos, aí perguntaram ao Moisés Feltrin que era deputado estadual, como ele via isso, e ele disse: A gente põe os porcos no caminhão, depois dá uma freada de arrumação e fica tudo certo. Nós vamos agora ter uma freada de arrumação para organizar as linhas que esse Congresso vai ter, a Assembleia nova vai ter e temos um governador que se elegeu no primeiro turno, com votação muito expressiva, e ele vai ter que administrar os chamados Poderes que estão revelados, ele vai ter que administrar essa Assembleia Legislativa bem jovem, inexperiente, vai ter que administrar a ganância financeira dos Poderes e por fim vai ter que administrar uma máquina pública muito estranha. Ela não está desmontada mas está desorganizada, muito raivosa, os sindicatos predominando, os servidores públicos num grau de descrédito perante a população assustador.”

Eleição renovadora

“Então a gente enterra um passado e recomeça um novo. Eu sintetizo dizendo o seguinte: talvez essa eleição vai ser tão renovadora como foi a do Collor em 89, quando ele veio depois do regime militar. Agora vem depois das ideologias petistas de esquerda, um novo país que recomeça, então os governadores, presidente, os mandatos de deputados federal, estadual e senadores terão um papel muito diferente, muito mais conceitual e complexo, muito mais responsável, ao contrário dos últimos anos que o Congresso foi uma latinha de lixo daquelas bem amassadas.”




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