• Cuiabá, 19 de Março - 00:00:00

A derrota de Taques e a expectativa do Governo Mauro Mendes sob análise de Alfredo da Mota Menezes e João Edisom


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Sonia Fiori - Da Editoria

Os motivos que levaram o governador Pedro Taques (PSDB) à histórica derrota nas urnas nas eleições 2018 em Mato Grosso são pontuados nesta Entrevista da Semana especial ao FocoCidade pelos analistas políticos Alfredo da Mota Menezes e João Edisom.

Sob a interpretação de Alfredo da Mota Menezes, a queda de Taques não estaria relacionada aos resultados das ações governamentais, mas sim a um conjunto de falhas na performance política, leia-se a exposição de feitos da gestão a cargo da comunicação e ainda na falta de diálogo.

João Edisom, por sua vez, considera “a construção isolada de Taques” que aos poucos, conseguiu afastar a maioria absoluta de seus aliados, os mesmos que o ajudaram nas eleições 2010 – Senado, e 2014 - Governo, e que agora chegam ao Poder de Mato Grosso com Mauro Mendes (DEM).

As previsões para o próximo Governo, no comando de Mauro Mendes, não são as mais otimistas. Isso porque, na interpretação dos analistas políticos, a figura da máquina pública que começa com bilhões de déficit e poder de arrecadação minimizado sofrerá agruras para se recompor, devendo a administração do democrata atravessar sobressaltos, além de decisões acerca de temas polêmicos (cortes na máquina pública) para esperada recomposição do equilíbrio fiscal e financeiro prometido.  

Queda de Taques

“Taques foi administrativamente um bom governo tendo em vista o que recebeu e a enorme recessão nacional. Pagou os salários, teve avanço no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), diminuiu assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande, fez estradas. Não foi bem no lado político. Não se comunicou. Não mostrou o que fez. Faltou diálogo com a sociedade”, assinala Alfredo da Mota Menezes.   

“A eleição em Mato Grosso para o Executivo não teve grandes surpresas. O Mauro Mendes tinha deixado a prefeitura de Cuiabá com uma boa avaliação e a derrota do governador Pedro Taques, ela começou a ser construída no dia que ele deu aquela entrevista no Roda Viva (TV Cultura), embora antes ele tinha perdido parte do grupo. Se a gente olhar o grupo vitorioso de hoje é o mesmo grupo que conduziu o Pedro Taques ao Senado, e conduziu ao Governo. Ele rompeu com os amigos todos, foi perdendo de um a um, inclusive perdeu  o próprio vice, e terminou solitário. Ele construiu essa solidão, junto aos funcionários públicos, junto aos prefeitos, construiu essa solidão junto aos parceiros e junto à boa parte do secretariado dele. Ele não teve a capacidade de lamber as feridas e em nenhum instante teve um entendimento de fazer uma autocrítica, de uma autoavaliação em relação ao próprio Governo. O reflexo foi na urna, terminou indo para o terceiro lugar e foi uma administração que mais teve dinheiro, inclusive dinheiro não previsível, e deve terminar o Governo, segundo o próprio secretário dele, com  dívida em torno de R$ 4 bilhões. Pegou com R$ 700 milhões. Então é um resultado esperado ser reprovado nas urnas”, pontua João Edisom.

Governo Mauro Mendes

“Quanto ao novo Governo Mauro Mendes vai ter um ano e meio ou dois anos muito difícil. O funcionalismo público mato-grossense está com o salário desproporcional, tem gente ganhando muito dinheiro, não são todos mas tem gente ganhando muito dinheiro, e o funcionalismo é corporativo, não aceita diminuir a quantidade que recebe, então terá que fazer um enfrentamento nessa área, vai ter que demitir, vai ter que cortar gastos. Nos dois primeiros anos vai ser de muita dificuldade em termos de investimento, então será muito difícil para conseguir fazer os últimos dois anos de uma boa gestão. Vai pegar um Estado bem pior que o Pedro Taques pegou lá em 2014, tinha um conjunto de escândalos, mas tinha dinheiro em caixa e a dívida era baixa. Agora, é sem dinheiro em caixa, é funcionário público na atividade meio recebendo muito dinheiro, praticamente quase 100% do que se arrecada no Estado,  sem poder aumentar a arrecadação e uma dificuldade enorme. Não serão anos fáceis. Esperamos que termine da melhor forma possível”, destaca João Edisom.    

“Mauro Mendes chega com força política. Tem que aproveitar esse capital para arrumar mais dinheiro. O orçamento de R$ 19 bilhões está todo comprometido. Pode perder o Fethab 2. De onde tirar mais dinheiro será a grande batalha. Dos Poderes? É pouco. Menos secretarias? É pouco também. Dos incentivos fiscais? Se não arrumar mais dinheiro ficaria amarrado”, considera Alfredo da Mota Menezes.




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