• Cuiabá, 16 de Abril - 00:00:00

Defesa de Alan Malouf mantém sigilo sobre delação no STF e diz que aguarda recurso


Sonia Fiori - Da Editoria

Advogado de Alan Malouf, Huendel Rolim, disse por meio de nota nesta terça-feira (21), que não irá se pronunciar acerca da matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, assinada pelo jornalista Pablo Rodrigo, que destaca ter o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio, dado aval ao acordo de delação premiada do empresário acerca do desvio de dinheiro público na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), envolvendo supostamente o governador Pedro Taques (PSDB), em esquema para quitar dívida da campanha eleitoral de 2014 via caixa 2.

Na nota, a defesa descreve que "acerca da matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, a defesa de Alan Malouf reafirma que não irá se pronunciar, reiterando que aguardo o julgamento do seu recurso de apelação perante o TJMT, onde questiona a total incompetência do Juízo da Sétima Vara Da Capital para lhe julgar".

Fonte ressalta, no entanto, que o empresário Alan Malouf detém documentos que supostamente comprovariam a ligação de Taques ao esquema exposto nas investigações da Operação Rêmora, um dos maiores escândalos de corrupção da atual administração, na gestão da Seduc sob o ex-secretário Permínio Pinto. 

Em relação ao caso, o governador por vezes assinalou ter determinado investigações, pontuando sua negativa sobre suposta participação no esquema. O chefe do Executivo estadual também costuma ressaltar em sua defesa série de ações do Governo no combate à corrupção.

Na segunda-feira (20), em entrevista na Rádio Jovem Pan, Taques considerou que "por meio das auditorias determinadas em sua gestão, o trabalho do Cira – Comitê Intergestor de Recuperação de Ativos, composta por membros da Controladoria Geral do Estado (CGE), Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE), dentre outros órgãos, foram recuperados cerca de R$ 1 bilhão de dinheiro da corrupção".

De acordo com a reportagem da Folha de S.Paulo, "a colaboração é sigilosa e foi homologada no dia 19 de abril, apontam documentos obtidos pela Folha. Parte da documentação do acordo foi enviada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). O líder do PSDB na Câmara Nilson Leitão (PSDB) também é citado como uma das lideranças do esquema. Atualmente, Taques tenta a reeleição e Leitão concorre ao Senado". 

A publicação menciona que "procurados, os dois negam ter cometido irregularidades. Na delação feita à Procuradoria-Geral da República, Malouf afirma que captou R$ 10 milhões em recursos não contabilizados para a campanha de Pedro Taques ao governo, em 2014, então candidato do PDT. A conta, diz ele, era administrada por Júlio Modesto, que virou o chefe da Casa Civil matogrossense. Segundo Malouf, Taques recebeu R$ 10 milhões em caixa dois. O delator afirma que "esteve reunido mais de 100 vezes com o governador Pedro Taques em sua residência para tratar de assuntos financeiros ligados a campanha de 2014". Ele diz que presenciou encontro entre o então candidato a governador e o ex-governador Silval Barbosa — também delator no STF, Silval diz que Taques pediu R$ 12 milhões em caixa dois".

Em outro trecho, pontua que "Malouf foi condenado a 11 anos de prisão pela Justiça de MT sob acusação de integrar organização criminosa, mas não está preso. Alguns benefícios da delação são redução de pena e alteração do monitoramento da tornozeleira eletrônica neste processo. Ele foi condenado no âmbito da Operação Rêmora, que investigou desvios de R$ 56 milhões da Secretaria de Educação do Estado por meio de contratos. À PGR, Malouf disse que o dinheiro seria usado para sanar dívidas não declaradas da campanha."

 




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