• Cuiabá, 28 de Março - 00:00:00

“Fábio Garcia deve estar com amnésia ao falar de calote”, dispara secretário


Da Redação - FocoCidade

O secretário-chefe da Casa Civil do Governo Pedro Taques (PSDB), Ciro Rodolpho, reagiu às críticas do candidato a suplente de senador, Fábio Garcia (DEM), sobre o plano de pagamento de credores instituído pelo Poder Executivo nesta semana. Garcia chamou o plano do Executivo de "segundo calote do Governo", lembrando o programa "Bom Pagador", instituído por Taques em 2015.

Para Ciro, chamar de calote um plano elaborado para efetuar a quitação de dívidas junto aos fornecedores "é desconsiderar a situação deixada pelo Governo Silval Barbosa (MDB)".

O chefe da Casa Civil disse que "a realidade é justamente o contrário do discurso de Garcia, uma vez que no plano de recuperação judicial da empresa do próprio pai do parlamentar existe a afirmação de que o Grupo Engeglobal “quebrou” após calote do Governo Silval", mencionado que "o grupo assumiu algumas das principais obras da Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá".

“Fábio Garcia deve estar com amnésia quando fala de calote. Quem levou calote foi a empresa do pai dele lá em 2013 e 2014 do Governo Silval. Isso está explícito no plano de recuperação judicial da Engeglobal. O assunto foi amplamente divulgado pela imprensa. Somos um Governo transparente, que trabalha para solucionar todos os problemas que encontramos. O ‘Bom Pagador’ foi um programa que instituímos em 2015 para pagar justamente o calote do Governo Silval. Agora, o que o Governo faz é novamente buscar uma forma de honrar o compromisso com os credores. Que fique claro o que nós estamos fazendo: honrar compromissos. E outra: a adesão é voluntária”, disparou Ciro.

O Secretário pontuou que "culpando a crise econômica no Brasil e alegando desequilíbrio financeiro e prejuízos superiores a R$ 50 milhões, o Grupo Engeglobal protocolou na 1ª Vara Cível de Cuiabá um pedido de recuperação judicial neste ano. No pedido, a empresa diz ter sido vítima de projetos deficientes, inconsistentes e mal elaborados que, ao longo da execução das obras, abalaram a saúde da empresa".

"Diversos problemas e entraves foram enfrentados pelo Grupo Econômico durante a implantação e andamento das obras, que impactaram negativamente os custos dos serviços prestados e foram a causa principal do desequilíbrio econômico atualmente vivenciado", diz trecho do pedido, conforme exposto pelo secretário de Taques. A recuperação foi aprovada pela Justiça em junho deste ano.

Ciro foi mais além ao destacar que "na gestão Silval Barbosa (MDB), o grupo Engeglobal ficou responsável pela reforma e ampliação do Aeroporto Marechal Rondon, os dois Centros Oficiais de Treinamento (COTs) da UFMT e do Pari, além da revitalização do Córrego oito de Abril e implantação do coletor tronco. Nenhuma obra foi concluída até hoje".

Em recente entrevista, Fábio Garcia afirmou que muitas empresas passaram por dificuldades financeiras “por causa do calote do Estado”.

Nesta semana, o Governo do Estado instituiu um plano (Decreto 1636/2018) para efetuar a quitação de dívidas, decorrentes de restos a pagar, junto aos fornecedores. A medida, ressalta o Executivo, prevê a adesão voluntária dos credores e terá lastro dos recursos no fluxo financeiro do Tesouro Estadual. Os valores devidos aos credores não terão redução e aqueles que manifestarem interesse no plano poderão optar pelo recebimento em até 11 parcelas.

“Na semana passada, o candidato Mauro Mendes nos atacou com números mal explicados sobre os restos a pagar que pegamos da gestão do MDB que está com ele. Garcia é outro que desconhece as contas do Estado. Agora vem dizer que estamos dando calote nos fornecedores. A própria empresa do pai dele admitiu que recebeu calote do governo passado. Se analisarmos o discurso daqueles que querem assumir o poder, fica claro que há desconhecimento ou má-fé”, concluiu o chefe da Casa Civil. 

A interpretação do "calote" de Garcia: 

O deputado federal Fábio Garcia (DEM) disse nesta semana que o decreto publicado pelo governador Pedro Taques (PSDB), no Diário Oficial do dia 14, que prevê parcelamento em 11 vezes da dívida com fornecedores é a “instituição, pela segunda vez, de um calote com os empresários e comerciantes de Mato Grosso”.

O mesmo fato, segundo o parlamentar, aconteceu no primeiro ano da gestão Taques, em 2015, quando ele instituiu o programa denominado “Bom Pagador”. Naquela oportunidade, o governo estabeleceu que somente as dívidas de 2013 e 2014, que fossem efetivamente reconhecidas pela gestão dele seriam pagas, desde que com “descontos” e parceladas.

Nas críticas pesadas sobre o Governo, Fábio Garcia pontuou que em 2015, o empresário tinha que dar 50% de desconto do valor total do débito, para conseguir receber o dinheiro pelo serviço prestado ao Estado e ainda parcelado em 18 parcelas.

“Muita gente passou por dificuldades financeiras por causa do calote do Estado. O empresário prestou o serviço, pagou impostos pelo trabalho, e recebeu a metade do contratado. Isso foi um absurdo e agora ele voltou a dar calote no empresariado que não aguenta mais sofrer com essa insegurança jurídica”, alfinetou.

O parlamentar considerou ainda que "de acordo com as informações repassadas pelo governo, a dívida atual, apenas com fornecedores, é de R$ 500 milhões. E esse valor, na proposta de Pedro Taques, e para pagar sem nenhum tipo de correção ou juros".

“Novamente o empresário é quem vai sofrer pela falta de gestão do governador. Mais uma vez a corda vai arrebentar do lado de quem faz mover a engrenagem de Mato Grosso, quem gera emprego e renda”, disse Fábio Garcia, acrescentando que muitos empresários estão com créditos a receber pelos serviços prestados desde 2017.

Outro ponto destacado pelo deputado é que, "além de não conseguir pagar pelos serviços que o próprio governador contratou, durante a gestão atual, demonstrando total falta de destreza na condução das contas públicas, ele também vai transferir parte dessa dívida para a próxima gestão. Ele quer parcelar as dívidas em 11 vezes, ou seja, o próximo governador terá de pagar pela incompetência dele”.

Fábio Garcia ainda lembrou que no parecer do Controle Interno do Tribunal de Contas do Estado, indicou que em dezembro de 2017, o Governo tinha um déficit de restos a pagar no valor de R$ 2.825.876.307,80.

 

Com Assessoria  




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