Nilson Leitão
Com uma campanha curta, de 45 dias, a partir de 16 de agosto, e um horário eleitoral de 30 dias, começando em 31 de agosto -, os pré-candidatos à Presidência da República deveriam aproveitar o período pré-eleitoral para antecipar o que pretendem para o país. No entanto, das pré-candidaturas já colocadas, muito pouco se viu de propostas. E os desafios que o Brasil terá pela frente são gigantescos.
A esquerda está dividida – a maior parte se concentra na defesa de Lula, condenado em segunda instância e preso e, portanto, inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Outra, ainda não disse a que veio. Já a extrema direta se apresenta como “os salvadores da pátria”, com suas frases de efeito, posições radicais.
No entanto, ninguém ainda sabe como irão resolver o rombo na Previdência, como farão a economia tomar impulso, como irão diminuir o desemprego, como irão reduzir o peso da máquina pública nas costas dos contribuintes.
O Brasil terá de passar por reformas profundas. Do jeito que está, não dá para ir muito longe. Os cidadãos e o setor produtivo se sentem sufocados pelo peso de um Estado gigante, lento e ultrapassado. E extremamente caro.
Os brasileiros mais pobres são os que mais sofrem à mercê de serviços públicos que não funcionam como deveriam. E aqueles que ainda podem, contratam na iniciativa privada o que o setor público teria de oferecer: plano de saúde, escola, aposentadoria. O detalhe: todos pagam, e muito, por todos os serviços que o Estado não presta.
A falta de um debate mais amplo sobre os programas para o país também contribui para o desalento do eleitor. Nas pesquisas de intenção de voto, mais de 30% dos eleitores dizem que não irão votar, irão anular o voto ou votar em branco. O desafio, portanto, é chamar o eleitorado para a discussão sobre o futuro e, para isso, é preciso conhecer o que cada pré-candidato defende.
O pré-candidato Geraldo Alckmin já deixou claro que pretende reestruturar o Estado brasileiro, que é o que o Brasil precisa. Já anunciou que, se eleito, irá enviar para o Congresso quatro reformas: a Reforma Tributária, porque o Estado não pode ser um fardo para os cidadãos e setor produtivo; a Política, porque é inviável um sistema que tem hoje 35 partidos; a da Previdência, com um regime único para todos, sem privilégios; e a da máquina pública, hoje muito maior do que deveria.
Essas quatro reformas são essenciais. O cidadão quer, com todo direito, pagar menos impostos, ter uma aposentadoria justa e garantida, menos partidos políticos e reduzir as despesas com o Estado.
Apresentei, em nome da bancada do PSDB na Câmara, duas propostas. Uma para reduzir o número de deputados federais de 513 para 395, o de senadores, de 81 para 54 e de deputados estaduais, de 1059 para 804. Em quatro anos, seriam economizados perto de R$ 5 bilhões.
Outra, que foi aceita pelo relator do projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2019 foi o corte de 10% nas despesas de custeio do Executivo, Legislativo e Judiciário. Custeio são despesas para manter a máquina funcionando – alugueis, diárias, passagens – e, ao reduzi-lo, sobrará mais dinheiro para a prestação de serviços na ponta do sistema, onde está o cidadão.
E tenho percebido muito apoio a essas medidas por parte da população, que quer o Estado trabalhando em benefício dela e não o contrário, como é hoje.
Agora, que a Copa do Mundo já acabou para o Brasil e que estamos a pouco menos de 90 dias das eleições, é mais do que esperado que o debate em torno das propostas tome forma. Frases feitas, bravatas e propostas vazias estão na contramão do que o Brasil precisa a partir do ano que vem.
Nilson Leitão é líder do PSDB na Câmara dos Deputados
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Caixa termina de pagar parcela de março do novo Bolsa Família
Várzea Grande altera data do Movimento Mulheres em Evolução
Na Capital: Comitê fará regularização de adicional de insalubridade
Nova matriz econômica
Presidente Lula prorroga programa Desenrola Brasil até 20 de maio
Centro Histórico, uma vez mais
Tribunal de Contas pede ação para resolver passivo financeiro no HMC
Ministério Público pede ações imediatas para prevenir crimes em MT
Não proteger o Pantanal e a Amazônia é ignorar a Constituição Federal de 1988
Diamantino: O renascimento de um patrimônio histórico