• Cuiabá, 28 de Março - 00:00:00

Expoente na PM, cabo supera desafios, lança livro e pode disputar Câmara Federal


Foto: Arquivo pessoal  - Foto: Foto: Arquivo pessoal Cabo da Polícia Militar, Laudicério Aguiar Machado
Da Redação - FocoCidade

A trajetória de milhares de brasileiros que se apoiam nos estudos para superar desafios, sejam de ordem financeira, de estrutura familiar ou no campo pessoal, e que conseguem lograr êxito no reduzido e competitivo mercado de trabalho, traz entre seus expoentes um destaque de Mato Grosso.

Cabo da Polícia Militar, Laudicério Aguiar Machado, rompeu barreiras e hoje se confirma como um especial representante da corporação, que além de graduação em nível de doutorado (Universidade Metodista de Piracicaba Unimep/SP), desponta no setor de gestão ao lançar o livro “Governança – Serviço de Saúde aos Agentes de Segurança Pública em Mato Grosso”.

“Dificuldade todos têm, porém, com estratégia, dedicação, motivação e comprometimento, podemos conseguir tudo que queremos”, acentua nesta entrevista ao FocoCidade.

Ele atua como gestor do Observatório da Polícia Militar, reconhecendo as dificuldades inerentes ao setor, mas assinalando avanços e condições de implementação de melhorias a partir de novos conceitos na administração pública.

E sendo um dos nomes de destaque na área, Laudicério também avalia adentrar no mundo da política, considerando convites de partidos como o PSDC em alinhamento ao projeto que mira a Câmara Federal.

Confira a entrevista na íntegra:     

Considera a sua trajetória como um exemplo, dada a luta pessoal e o nível alcançado no âmbito educacional?

Nossas lutas, são as mesmas dos demais da sociedade que almejam alcançar algo para suas realizações, sejam elas profissionais ou pessoais. Minha maior preocupação é quando nos tornamos referência nesses quesitos, e sentimo-nos responsabilizados por diferentes indicadores dentro do contexto social, principalmente por pertencer a uma organização que faz-nos abdicar de possíveis melhores oportunidades financeiras, em razão da titulação acadêmica – o que não é empecilho e sinto-me muito confortável em ser um praça da PM respeitando as questões hierárquicas e ao mesmo tempo ter esta titulação acadêmica, que raramente um policial tem. Isto também é compreendido na fala de vários amigos que se o “Laudicério ó doutor e ainda está dentro da organização com a graduação de cabo recebendo o mesmo que se não tivesse tal titulação? Eu também posso estar dentro da Polícia como soldado e ter a minha formação acadêmica, seja ela Odontologia, Direito ou Ciências Contábeis”. Acredito que minha história tem sido referência motivacional para muitas pessoas. Como já ouvi de amigos meus, mesmo sendo oficiais da PM, que cada um deve criar suas próprias oportunidades. Somos responsáveis pelo nosso próprio sucesso. Dificuldade todos têm, porém, com estratégia, dedicação, motivação e comprometimento, podemos conseguir tudo que queremos.

Sua Formação acadêmica em Administração na linha de Estudos Organizacionais e Gestão de Pessoas, para a Segurança Pública pode ser interpretada como uma eficaz ferramenta de resolução de problemas dentro do cotidiano da organização?

Quando entrei no mestrado na Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP no estado de SP, a escolha por essa linha de pesquisa se deu principalmente por entender que ainda que muitos pensem que o aumento de salário por exemplo, pode solucionar os problemas do órgão, na verdade, as metodologias de pesquisa, estudos sobre o comportamento humano, construção e análise de indicadores que são ferramentas e bases para a construção do conhecimento e proposituras de ações para a solução ou minimização de problemas. O salário estimula bastante e sob essa ótica o salário passa a ser consequência, necessitando rever os processos organizacionais, bem como as questões de qualidade de vida deste profissional e dos demais da segurança pública. Na academia, podemos nos satisfazer pessoal e profissionalmente em diferentes aspectos.

A ideia é que o sistema amplie os profissionais críticos no processo organizacional?

Entendo que os profissionais mais contemporâneos estão cada vez mais críticos e desta forma vem se reescrevendo a organização e seus processos. É fato que dentro da organização ao qual faço parte, as ações arbitrárias de outras pessoas que também pertencema mesma organização, não são mais aceitas nem no curso de formação, exigindo que o mesmo principio de dignidade humana apresentadas nos conceitos teóricos de Direitos Humanos, sejam ofertadas também a este profissional da polícia, pois ele também além de ser um policial, primeiramente ele é um cidadão e desta forma passa a ficar mais atento e ciente que não possui uma “capa de super-herói”, passando a ser submetido a esgotamento como qualquer outro que vive e faz parte da sociedade.

Acredita que a sociedade consegue perceber de imediato esse retorno na aplicação de novas técnicas de avanços na gestão?

(Risos) Sim, teve uma vez que eu estava no interior do estado e ao conversar com um amigo soldado, ele foi bem categórico afirmando que o policial formado nas duas últimas turmas do Curso de Formação de Soldado iria responder menos procedimentos em decorrência de suas atividades laborais do que os que formaram anteriormente. Lembrando que estas duas turmas fazem parte das primeiras turmas, onde os soldadosem sua formação, passaram a receber a titulação acadêmica de Tecnólogo em Segurança Pública pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – ESFAP. E realmente é fato, mas afirmo e entendo que os policiais que formaram anteriormente também eram e são ótimos, pois atendiam os anseios do período. Hoje eu enquanto membro desta sociedade, quero que o policiais que irão atender-me nas ocorrências, sejam preparados conforme este período ao qual estamos vivendo, exigindo cada vez mais o policial técnico e humanizado. Eles sabem que se fizerem mais do que o permitido, não haverá ninguém e nem o sistema irá protegê-lo. Teria a exemplo que alterar parte da legislação e isto é função do Congresso Nacional, mas muitas vezes não tem legislativo que são sujeitos deste processo, para se terem melhores percepções com análise subjetiva do que é realmente necessário.

O atual sistema na segurança pública carece de aprimoramento?

Então, nós temos a REDAÇÃO FINAL do PROJETO DE LEI Nº 3.734-E DE 2012 que disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, que acabou de sair aprovado o texto base da Câmara Federal e foi encaminhado para o Senado. Esta Lei visa instituir o Sistema Único de Segurança Pública, que é o (SUSP) bem como a criação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), no intuito de preservara ordem pública de forma integrada aos demais órgãos de segurança pública sejam elas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com a participação e articulação juntamente com a sociedade. Nota-se com isto que o aprimoramento passa a ocorrer, tendo que nos preocupar se os interesses da minoria não irão sobrepor ao interesse do coletivo. Algo que é fato, o atual sistema de segurança pública não funciona. Ele deixa muito a desejar. Se observamos e refletimos sobre o conceito e definição da terminologia: sistema, vemos que a linguagem, processos e procedimentos utilizado nos vários órgãos que compõem o sistema de justiça criminal no Brasil não tem efetividade em seu funcionamento. Cada órgão faz o seu, e muitas vezes faz mal feito devido a falta de aparelhamento, estrutura, preocupação de continuidade, entre outros fatores. A consequência é sensação de impunidade, injustiça, insegurança e revolta na população, que paga altos tributos ao governo e em troca recebe serviço de má qualidade e inefetivo e ineficiente. Na minha opinião todo o sistema precisa ser revisto. E ainda, a gestão do sistema e seus órgãos precisam ocorrer em nível municipal, onde o cidadão está mais próximo do gestor/governante para supervisioná-lo, discutir planos de gestão, orçamento e cobrá-lo se necessário. A proximidade do governo coma comunidade deve encurtar, pois a segurança, em nível Estadual ou Federal, não propicia a efetividade na parceria publico privada.

O senhor lançou na última sexta-feira (20/04) livro que aborda a Governança Pública para agentes da segurança pública. Na ponta, a obra visa também acentuar e melhorar as decisões nessa área?

Não só na ponta, como vem a ser reflexo para a sociedade. Nos dias de hoje, podemos observar uma notória especulação, por parte de cidadãos brasileiros, quanto à confiabilidade no modo de governança do Estado brasileiro, já que há uma desconfiança, de forma geral, de que o governo em si apresenta dificuldade para nos ofertar uma proteção ao qual seja realmente digna para um indivíduo da sociedade, vindo a minar a capacidade do governo de produzir o bem comum, que é oferta de bens e serviços públicos com efetividade – Lembrando que não falo de governo “X” ou “Y”, mas sim de forma contextual pontuando como pesquisador. – Daí a necessidade de envolver-se com a governança pública, pois ela passa a representar um sistema determinante para o equilíbrio de poder entre todos os envolvidos, sejam eles governantes, gestores, servidores, cidadãos, para que o bem comum sempre prevaleça resultando nesta melhora que almejamos. Isso pode ser aplicado em qualquer área da administração, claro que com o estudo devido de indicadores, se é que eles existem.

O mundo da violência e criminalidade continua em plena expansão. O sistema é falho?

Falho penso que sempre será. Entendendo o termo – falho – como limitações que qualquer sistema tem. Mais precisamos melhorar muito, e acredito que algo está sendo feito. Especialmente em Mato Grosso. Podemos observar vários indicadores da segurança pública que demonstram esses resultados positivos. Todos os órgãos envolvidos, e aqui falo pelo que observo nas ações de governo e órgãos e seus reflexos na mídia, e pondero e acredito nesse melhoramento. Mais ainda precisamos melhorar mais. O trabalho é árduo, constante e necessita de continuidade. Acredito que a real necessidade está na sabedoria da resolução de problemas, com foco na redução e controle do crime, suas causas e consequências. A vida dos cidadãos e a harmonia, paz social e tranquilidade pública estão sendo afetadas na maioria das vezes.

Foi percebido algumas autoridades no lançamento do livro, entre elas presidentes estaduais de partidos políticos. Há pretensões políticas para o pleito de 2018.

(Risos) Este semestre de 2018/1, fecho um ciclo educacional de ensino superior de 16 anos, entre 2 graduações em ensino superior, 1 especialização, mestrado e doutorado. Ao qual antes de tudo, sempre tive vontade e pretensões políticas, mas primeiramente resolvi que se um dia de fato ocorresse, que seria após uma preparação profunda do que tange a qualificação educacional com elevada técnica de gestão e desenvolvimento de competências habilidades que julgo necessária ao político também. Preocupa-me saber que muitos tratam a política como um simples status, mas ela vai muito além disso. “É o verdadeiro servir a sociedade”. Creio que este anseio pessoal – até então não comentado – convergiu com os anseios da sociedade de querer um representante na política que venha da mesma base, com valores nos mesmos princípios, que são lutas, persistência, superação e oportunidades, bem como de alguns partidos ao qual recebi convites para disputar este pleito de 2018 para o cargo de Deputado Federal. Mas afirmo que dos vários convites recebidos, acabou sendo notório no lançamento do meu livro, quem realmente tem interesse em um projeto, se fazendo presente no evento o presidente estadual da Democracia Cristã (DC), Dr. Aécio Rodrigues, o vice-presidente e Vereador por Cuiabá, Sargento Elizeu Nascimento e o pré- candidato ao Senado pelo partido Senhor Roberto Barra, onde recebi o convite de ambos neste evento para fazer uma dobradinha juntamente com o Sargento Elizeu, sendo ele pré-candidato Estadual e eu como pré-candidato para Federal. Eu consultei a minha base familiar e amigos para discutir esse projeto. Estamos alinhando e sinergicamente os interesses e o grupo estão convergindo no mesmo objetivo. Na minha percepção isso ocorre de forma até natural, pois a positividade e a vontade das pessoas tem a mesma direção. O mais interessante que o projeto será de pessoas que são sujeitos das duas partes, seja sociedade, seja agentes de segurança pública. Evidentemente temos também recebido contato de pessoas da Educação, Saúde, empresarial e outros grupos da sociedade. Isso tem me motivado ainda mais. E quanto a Câmara Federal, eu tenho uma atuação no presente como Diretor Regional no Centro-Oeste da Associação Nacional de Praças-ANASPRA, contribuindo com as demandas e discussões em nível nacional no que se refere a segurança pública, percorrendo corredores do Congresso Nacional com os demais diretores, fins de sensibilizá-los para apresentação em pautas de projetos do interesse da segurança pública. O ambiente está se criando e optei por envolver-me. Isso está sendo necessário e vejo que tenho condições para “combater esse bom combate”. Lutar é preciso, melhorar é preciso, nossa sociedade necessita urgentemente de mudanças, de renovação. Adicionalmente, esclareço que tivemos a confirmação de várias autoridades, a qual agradeço de coração pelo simples sinal de apoio e manifestação de comparecimento. Inclusive o Exmo. Senhor Governador do Estado, Pedro Taques confirmou a presença no evento por meio de sua assessoria, porém, enquanto desdobrava-se a solenidade no Comando Geral da PM o Governador recebeu uma chamada urgente e teve que se abster. Agradeço imensamente pela presença ao Exmo. Secretario de Estado e Segurança Pública, Dr. Gustavo Garcia, Senhor Coronel PM Edivan, Comandante do Comando Regional 1, Senhora Coronel PM Ridalva, Corregedora-Geral da PM, Coronel PM Benedito Rondon Filho, Doutor em Sociologia UFRGS e professor colaborador na UFMT, Senhor Tenente-Coronel PM Miguel Augusto, Diretor da Agência Central de Inteligência da PM, Senhor Kid Noel, cerimonialista do evento, demais policiais e cidadãos da nossa sociedade que se fizeram presente. Em especial, agradeço a todos os amigos que contribuíram para que esse lançamento do meu livro fosse um sucesso. Com muita alegria em meu coração, digo muito obrigado a todos, e que Deus nos abençoe.




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