• Cuiabá, 17 de Abril - 00:00:00

O sentimento do cidadão


Gabriel Guilherme

Dias atrás, no silêncio da noite, me peguei em um sincero momento de profunda reflexão, em minha casa. 

Seja sentado em um sofá, seja deitado em minha cama, ou até mesmo esparramado ao chão, o que me motivou e chamou atenção, me levando a redigir esse artigo, eram os acontecimentos que há meses nos assolam, tirando cada dia mais o sono, nos revelando um profundo sentimento.

Quer seja em Cuiabá, quer seja no interior do nosso Mato Grosso, ou até mesmo nos quatro cantos do Brasil, o sentimento é gritante e único, e o desejo de mudança pulsa cada vez mais forte nos corações dos brasileiros. 

Nas últimas décadas, o exercício do direto ao voto, intimamente ligado ao descontentamento da sociedade com as questões políticas, vem tornando-se algo, cada vez mais nítido e constante, acompanhado por um profundo sentimento, o qual nos leva a consequente atitude de “omissão”.

Tal acontecimento se justificou de maneira mais enfática, nos últimos quatro anos, após o resultado das eleições de 2014. 

Daí em diante, nosso país entrou em um profundo processo de colapso e crise moral, ética e principalmente política, onde o cidadão, descrente dos seus representantes eleitos por meio do voto popular, afasta-se das principais decisões tomadas por estes, cedendo espaços para que os mesmos possam fazer o que bem entender, em nossos nomes.  

Para entender tal situação, é preciso identificar e conhecer o que a sociedade carrega e traz consigo, em seu coração.

Cada cidadão é impulsionado por um desejo. Cada coração traz uma reivindicação. E a cada palavra expressada pelo político ou representante, mesmo em meio a tanto descrédito, acredite, ainda, pode-se perceber o brilhar nos olhos de alguns cidadãos. 

O brilhar de uma esperança verdadeira. Esperança, de ser ouvido. Esperança, de ser atendido. Esperança, principalmente de sentir o seu representante político ali, ao seu lado, todos os dias.

E é por isso que é importante a participação social. Sempre opinar e estar presente. Criticar quando necessário e elogiar quando preciso.

Afinal, estar “político” é, ou ao menos deveria ser isso. É possuir a mais pura e sincera habilidade de servir. É a escolha de abrir mão de seus objetivos pessoais e se entregar aos objetivos coletivos.

Sendo assim, a continuação e o aperfeiçoamento das parcerias entre os poderes e às instituições de ensino e a sociedade, torna-se, neste momento, algo valoroso e a ser pensado.

A Assembleia Legislativa, mesmo passando por um momento turbulento, precisa resgatar e intensificar, por exemplo, os brilhantes projetos de participação social que deram certo, como a própria “Assembleia Itinerante”, o “Educação Legislativa em movimento”, e até mesmo o projeto “Sábado Social”.

Os projetos, idealizados pelos deputados estaduais, Eduardo Botelho, Wancley Carvalho e Guilherme Maluf, respectivamente, fogem da temática “eleitoreira” e buscam essencialmente aproximar o parlamento do cidadão, ora no ambiente escolar, ora no seio da própria comunidade, onde se encontram as principais carências e necessidades, daquele cidadão que apenas possui o sentimento de ser ouvido.

Basta apenas analisarmos os bons resultados trazidos pelos mesmos.

A Câmara Municipal de Cuiabá, também precisa se reerguer, e aproximar o cidadão, e também às novas gerações daquele campo de discussões, inerentes à nossa cidade, algo que contribuirá positivamente, para a extinção gradativa da “mancha”, de apenas sintetizar o mais puro e verdadeiro ambiente dos horrores.  

Por fim, você, leitor, deve estar se questionando, sobre o que quero dizer com tudo isso. 

Pois bem, a mensagem é simples, todavia verdadeira.

Atualmente, o que mais se escuta é o desejo e o sentimento de mudança. Um Brasil passado a limpo. Puro. Novo. Livre da corrupção. E, representado por pessoas de bem e que possam reacender as esperanças em nossos corações. 

Mas, contraditoriamente a isso, a crise moral, ética e principalmente política, que tanto nos referimos, ainda continua. 

No entanto, mesmo assim, é preciso utilizar-se de seu ônus como sendo a alternativa mais viável e segura de se poder transformar.

É preciso que saiamos, mais uma vez da nossa zona de conforto, e acreditemos que é possível renovar e recomeçar. O momento é favorável e pede isso.

O processo eleitoral se aproxima novamente. O “voto” do eleitor, aquilo que por um momento simbolizou um dos maiores anseios de toda uma geração, voltará a ser disputado, e o poder de escolha continuará em nossas mãos.

Os cientistas políticos arriscam dizer que essa será uma eleição diferente, onde o cidadão poderá exprimir sua revolta e insatisfação de apenas duas formas, se abstendo de maneira enfática do processo eleitoral, ou participando ativamente do processo, valorizando os bons feitos e renovando a nossa classe política.

Como jovem, ficarei com a segunda opção, uma vez que ao se omitir ou exercer a sua cidadania em troca de esmolas, dinheiro, ou até mesmo de favores, o cidadão faz da política um verdadeiro campo de negócios, vendendo o seu direito de ser representado coerentemente pelos próximos 4 anos.

 

Gabriel Guilherme é Suplente de Vereador por Cuiabá pelo PV, e estudante de Direito da Universidade de Cuiabá (UNIC).

gabrielguilherme560@gmail.com




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