Paulo Lemos
O que é mais saudável e recomendável?
Tratar as causas primárias que nos levam a adoecer, como, por exemplo, reverter o quadro de sedentarismo e de alimentação inadequada, garantir um tempo de sono minimamente necessário e restaurador e praticar atividades prazerosas, tanto na vida pessoal, quanto profissional e comunitária.
Fazer nada disso e deixar a imunidade abaixar e o stresse aumentar, com o inevitável padecimento por infermidades diversas, como infecções e/ou alergias graves, tendo que reiteradamente tomar fortes antibióticos, antiinflamatórios e antialérgicos, cheios de efeitos colaterais e que podem debilitar mais ainda sua condição, quando ingeridos de forma sistemática, o que torna o remédio mais nocivo e até mesmo fatal do que a doença, a longo prazo?
É o que está acontecendo com o Rio de Janeiro agora, na verdade de muito tempo para cá, ante o total descaso das autoridades com a periferia, preferindo o Leblon, Copa Cabana e Ipanema, dos "bem-aventurados", em detrimento das favelas, dos "favelados".
Então, fazendo uma associação de raciocínio cristalino e inequívoco, como água limpa que molha, a militarização da parte pobre da cidade, de tempos e tempos, é como se fosse um fortíssimo antibiótico, com efeitos colaterais letais para todos, que perdem juntos essa guerra interminável.
Isso, por conta da ausência do Estado, mais organizações sociais e pessoas solidárias, bem como auto-organização local, para prover condições dignas de moradia, saúde, educação, entretenimento, cultura e segurança comunitária o tempo todo, não só fuzis e soldados fardados, quando a temperatura sobe, guerreando contra compatriotas, contra gente como eles, pois muitos civis inocentes são alvos das balas perdidas, de ambos os lados, e morrem.
E assim como há contraventores no lado da pobreza, também existem bandidos de farda. Todos sabemos disso! Todavia, nem por isso defendemos a penalização de toda a corporação das forças armadas e dos militares, pelos frutos podres que hão em seus meios.
Igualmente deveria ocorrer com a ação estratégica, tática e operacional das instituições de segurança pública, mais inteligência para ir direto ao ponto, com uso da força proporcional e necessária para cumprir a missão dada e assumida, menos terrorismo e brutalidade contra todos dessas localidades, às vezes, levando o trabalhador a ter o mesmo medo ou mais daqueles que andam com indumentária de guerra ou militar, oficialmente, ou seja dos soldados e policiais, do que dos traficantes sem camisa e com boné, todos os lados fortemente armados, que matam igualmente gregos e troianos, equiparando-se ao final da linha, quanto aos resultados produzidos, enquanto agentes da morte e da desgraça alheia, do choro e ranger dos dentes.
Não agem como promotores e curadores da vida dos seus convivas, moradores do mesmo lugar, na qualidade de membros da mesma comunidade, e/ou dos seus senhores, o povo, na qualidade de soberano da República Federativa do Brasil.
Caso haja alguma vitória, será como a vitória de "Pirro". Não há vencedores nessa guerra. Só há perdedores. E parte dos verdadeiros responsáveis por evitar eclodir guerras entre patriotas, não fazem nada, que não seja pedir os votos dos pretos pobres e o financiamento de campanha por parte dos traficantes dos morros da Capital fluminense.
Paulo Lemos é advogado em Mato Grosso.
(paulolemosadvocacia@gmail.com)
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Junta do Serviço Militar alerta sobre prazo de alistamento para jovens
Em Brasília, Macron cita 8/1 e diz que Lula restaurou a democracia
Justiça nega recurso do MP e absolve ex-secretários em ação de improbidade
Caixa termina de pagar parcela de março do novo Bolsa Família
Várzea Grande altera data do Movimento Mulheres em Evolução
Na Capital: Comitê fará regularização de adicional de insalubridade
Nova matriz econômica
Presidente Lula prorroga programa Desenrola Brasil até 20 de maio
Centro Histórico, uma vez mais
Tribunal de Contas pede ação para resolver passivo financeiro no HMC