Onofre Ribeiro
O estágio crítico a que chegou a politica em Mato Grosso, de uma forma generalizada, marca claramente um período de tempo. Começou a contagem dos últimos 40 anos exatamente na divisão de Mato Grosso, pela Lei Complementar 31/77 de 13 de outubro. A política até então vinha de uma construção iniciada depois do fim da ditadura de Getúlio Vargas, 1945.
Em 1977 a composição política de Mato Grosso era bem dividida entre representantes das duas regiões predominantes: o Sul, centralizado em Campo Grande. E o Norte, em Cuiabá. Na primeira eleição de 1978, elegeram-se os novos representantes nos dois estados. As suas primeiras legislaturas.
Em Mato Grosso nasciam lideranças novas como Júlio Campos e uma série de nomes que fariam a história dos anos seguintes. Lideranças como o ex-governador Garcia Neto seriam vitimadas pelo desgaste do processo da divisão. Da 1978 em diante as velhas lideranças anteriores à divisão saíram todas do cenário, substituídas pelos novos eleitos em eleições seguintes. Aqui aparecem nomes fortes como Dante de Oliveira, Jonas Pinheiro, Rodrigues Palma, Carlos Bezerra, Roberto Campos, Roberto França, Benedito Alves Ferraz entre tantos. Mas destaco a chegada lenta e gradual de líderes vindos do interior que em 1978 era um grande vazio. Vieram de todas as regiões e se revezaram seguidamente.
Aqui destaco uma bastante emblemática: o deputado estadual José Geraldo Riva. A partir de 1995 ele chegou à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, de onde nunca mais saiu até 2014. Ele passou pelos governos Dante de Oliveira(dois mandatos), Blairo Maggi e Silval Barbosa. Construiu governos paralelos que geraram as enormes controvérsias atuais. Acabou montando um projeto de poder que precisou de pesados recursos financeiros pra se manter e ampliar. Hoje as operações policiais frutos de delações de Silval Barbosa, o envolvimento de Blairo Maggi acabam por passar na sua maioria por essas contradições.
Pelo volume de citações nas delações de Silval já aprovadas e nas de José Riva em fase de aprovação, haverá uma derrubada geral nas lideranças políticas construídas após 1978. Sem medo de errar pode se dizer que começará uma nova safra de políticos a partir desse fim previsto. Novos espaços chamados de “boqueirão”. pelo ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França
Curiosa a duração de exatos 40 anos da geração iniciada com a divisão de Mato Grosso lá em 1977. Quem virá em 2018? Seguramente serão filhos da ressaca da crise da atual geração. Gente nova com novos sonhos, novas propostas e enorme potencial de recomeçar as futuras contradições...
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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