Onofre Ribeiro
Há muitos anos quando ouvi a canção do sertanejo caipira “Triste Berrante”, de 1978, cantada na voz brilhante do querido amigo cuiabano Zied Coutinho, encantei-me com ela. É de autoria de Adauto Santos um violeiro intelectual morto há alguns anos. É um hino. Dela extraí o verso: “o novo vem e o velho tem que parar”. Trago o assunto por conta do artigo publicado ontem neste espaço sob o título “Reaprender a governar”. Nele tratei dessa transição de posições do governo Pedro Taques face aos cenários de profundas mudanças que hoje assolam o Brasil e particularmente Mato Grosso.
O velho método de gestão tão bem sucedido de tempos atrás, o velho tem que parar, como diz a canção. O novo vai chegar. O artigo de ontem defendia que o governador Pedro Taques precisa rever sua agenda de conversações políticas com a sociedade e com as instituições públicas para adaptá-la ao momento atual. Sob pena de sua gestão enfrentar a cada dia mais e mais crises e terminar de mal a pior. O cenário é de caos na economia e na política brasileiras.
A título de exemplo. O caso da saúde com repasses atrasados aos municípios e a crise generalizada. O caixa estadual não tem os recursos suficientes dentro do ambiente geral. Cogitou-se de usar um arranjo com o Fethab 2, criado no ano passado durante a crise da RGA. O setor do agronegócio reagiu. Natural, porque a tese era a de que o novo Fethab seria exclusivo para infraestrutura. Contudo, o ambiente social está entrando em deterioração. Um novo acordo e uma emergencial rediscussão do fundo por um tempo determinado não parece fora de discussão. Mas requer muita conversa e disposição pra conversar. É apenas uma possibilidade dentro do novo ambiente de gestões no país depois dos tsunamis petistas.
Não compreendo como as gestões em todos os níveis possam ser conduzidas em separado setor a setor. A ninguém interessa o naufrágio de quem quer que seja. Sejam os poderes públicos. Sejam as entidades representativas dos setores privados e as próprias empresas. A mídia precisa compreender o seu papel mais analítico e menos a exploração de manchetes explosivas. Dentro da casa das pessoas convivem sonhos, ansiedades e muitos problemas.
Contudo, não enxergo no horizonte disposições de conversas. Cada dia mais o distanciamento e o isolamento dentro dos feudos de cada representante social público e privado. Mas, entendo também que teria necessariamente que partir do governador Pedro Taques a disposição de partir pras conversas. Por mais duras que sejam! A todos nós interessa vencer a travessia e sair vivos do lado de lá!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
Ainda não há comentários.
Veja mais:
Junta do Serviço Militar alerta sobre prazo de alistamento para jovens
Em Brasília, Macron cita 8/1 e diz que Lula restaurou a democracia
Justiça nega recurso do MP e absolve ex-secretários em ação de improbidade
Caixa termina de pagar parcela de março do novo Bolsa Família
Várzea Grande altera data do Movimento Mulheres em Evolução
Na Capital: Comitê fará regularização de adicional de insalubridade
Nova matriz econômica
Presidente Lula prorroga programa Desenrola Brasil até 20 de maio
Centro Histórico, uma vez mais
Tribunal de Contas pede ação para resolver passivo financeiro no HMC