• Cuiabá, 29 de Março - 00:00:00

Lucimar não admite nova disputa, mas aponta Jaime como via em 2018


Vinícius Bruno ? Especial para o FocoCidade

Líder política consagrada pelas urnas de 2016 ao se tornar proporcionalmente uma das mais votadas do Brasil com 76,16% dos votos válidos, Lucimar Sacre de Campos, reeleita para administrar a segunda maior cidade de Mato Grosso, Várzea Grande, e que assumiu em uma condição de adversidade por ter sido alçada a condição de gestora após a cassação do então prefeito eleito em 2012, Wallace Guimarães, por compra de votos, em maio de 2015, completou dois anos de administração durante as festividade do Jubileu dos 150 Anos de Fundação do Município.

Pertencente a uma família tradicional da política mato-grossense que hoje é liderada pelo marido, o ex-prefeito de Várzea Grande por três vezes, ex-governador e ex-senador da República, Jaime Veríssimo de Campos, Lucimar que sempre atuou com força na área social, mas sem ter sido nomeada para qualquer função pública, com a atual atuação administrativa desperta interesses diversos em partidos aliados e principalmente catapulta novamente o nome de Jaime como favorito para disputar qualquer um dos cargos majoritários em 2018.

Ela inclusive estaria sendo sondada para uma eventual disputa, mas evita falar nesta possibilidade, frisando que assim como o marido foi eleita para cumprir todo o mandato conquistado através do voto popular, quatro anos após ter sido derrotada por esse mesmo eleitorado, só que com mais do que o dobro obtido em 2012.

Para se ter uma ideia da força política de Lucimar e da família Campos que já teve Júlio Domingos de Campos, prefeito por dois mandatos e os filhos, Júlio Campos por um e Jaime por três mandatos, ambos também ex-governadores e ex-senadores, a atual prefeita fez exatos 95.634 votos, ou seja, mais do que os votos obtidos pelo eleito em 2012, Wallace Guimarães e pelo terceiro mais votado, o então prefeito a época, Tião da Zaeli e 65.702 votos a mais que todos os outros três candidatos que disputaram a eleição de 2016.

Lucimar Campos é a entrevistada especial do FocoCidade e como uma política reconhecida, deixa indefinido seu futuro político eleitoral, pontuando sempre manter a determinação em resgatar o compromisso assumido com o eleitor nas eleições passadas.

Confira a entrevista na íntegra:

 

Sua votação e sua performance na administração municipal em dois anos de gestão a credenciam para uma disputa a qualquer cargo. A senhora vai disputar as eleições de 2018?

Apesar de ser meu primeiro mandato eletivo, sempre participei da vida pública do meu marido Jayme Campos, do meu sogro, Júlio Domingos e do meu cunhado, Júlio Campos. Tenho compromissos assumidos com a população e com Várzea Grande e vou cumpri-los à risca. Mas daí falar que não penso em novas disputas seria um erro. Não quero e não vou ser uma política profissional. Se o eleitor entender que eu sou uma boa gestora, daí decidirei meu futuro político e partidário, mas reafirmo em alto e bom som, usaram Várzea Grande para interesses pessoais e isto eu não vou fazer.

Mesmo que a senhora não seja candidata, sua administração recoloca o esposo Jaime Campos como um dos nomes mais fortes para disputar qualquer cargo no ano que vem?

Jaime é um político de vida própria. Seu nome é consolidado por tudo que ele fez nos mandatos que exerceu e com uma grande diferença, nunca foi político profissional. Sempre cumpriu todos seus mandatos integralmente, ficou foi de cargos públicos por períodos e disputou novamente se sagrando sempre vencedor, pelo voto popular, ou seja, sempre foi eleito na disputa e pela vontade do eleitor. Ele tanto pode como não ser candidato. Essa é uma decisão que no momento certo será tomada. Como companheira dele, tenho convicção de que ele tem muito ainda para contribuir com Mato Grosso, seus municípios e com Brasil. Agora como prefeita de Várzea Grande prefiro ele próximo de mim, pois ele é um grande gestor, uma pessoa de conduta ilibada e irrepreensível e alguém que nas próprias palavras nasceu, viveu e ficará em Várzea Grande até o fim, por amor a essa terra e a sua gente.

Jaime é um político de vida própria. Essa é uma decisão que no momento certo será tomada.

Como é administrar uma cidade como Várzea Grande que tem uma enorme gama de problemas dos mais variados possíveis?

As dificuldades encontradas são decorrentes da falta de continuidade nas ações públicas. Por exemplo, gestão pública tem que ser voltada para ações em três áreas consideradas como essenciais, saúde, educação e segurança pública. Se você consegue atender essas demandas sua gestão tem muita chance de dar certo, porque dai você consegue pensar e executar outras políticas como infraestrutura e geração de emprego e renda. Não posso e não devo ser minimalista, até porque gestão pública envolve outra infinidade de ações e responsabilidades como a questão ambiental, por exemplo, coleta de lixo entre outras que tanto agradam as pessoas como o esporte, o lazer, enfim é muito amplo, mas se as principais são executadas, acaba se tendo condições de investir em outras questões que tornam então a cidade, o Estado ou o país diferente dos demais.

Durante uma das várias inaugurações da programação do Jubileu dos 150 Anos de Várzea Grande, o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM, Neurilan Fraga que já foi prefeito, disse que são poucos municípios no Brasil com uma programação e com obras como Várzea Grande. Qual é o segredo de sua gestão considerando as dificuldades de caixa dos municípios e que se aplica em Várzea Grande?

Não existe segredo, apenas trabalho, muito trabalho, determinação, empenho, dedicação extrema, uma boa equipa de auxiliares, servidores comprometidos com a cidade e com a administração, não com o meu mandato e principalmente lisura, transparência e gastar os recursos públicos com competência. Falar que iremos resolver todos os problemas de uma cidade com 300 mil habitantes que está entre as 100 maiores do Brasil e é a segunda maior de Mato Grosso e sofre com os problemas gerados por outros municípios vizinhos, além da crise econômica, seria enganar a população e isto eu não faço. O diferencial da minha gestão é que acompanho pari passu tudo o que acontece e o que me possível acompanhar. Minha determinação é simples atender as pessoas naquilo que for possível e sempre pensar na maioria e na capacidade de atendimento do Município sem comprometer as obrigações legais.

O diferencial da minha gestão é que acompanho pari passu tudo o que acontece

Mas enquanto a grande maioria das cidades fala em crise, a senhora fala em R$ 250 milhões sendo investidos em 100 obras somente neste aniversário?

Temos obras de pavimentação asfáltica em todas as regiões de Várzea Grande, temos um ambicioso programa de pavimentação para o qual dependemos de um empréstimo junto a Caixa Econômica Federal e que aguarda autorização do Ministério das Cidades no valor de mais de R$ 150 milhões. Vamos concluir neste ano a reforma total, com novos equipamentos do Hospital e Pronto Socorro Municipal a um custo de R$ 5 milhões, além da reforma geral e total de todas as cinco policlínicas, sendo que quatro, Parque do Lago, Cristo Rei, Marajoara e 24 de Dezembro já foram entregues a população. Entregamos a Unidade de Pronto Atendimento – UPA do IPASE e a Unidade de Saúde do São Simão, Ouro Verde e Colinas Verdejantes. Para se ter uma ideia, somente o Pronto Socorro e a UPA IPASE realizaram entre janeiro, fevereiro e março deste ano, mais de 237 mil procedimentos em 65 mil pacientes. São números expressivos, mas temos que lembrar que parte destes atendimentos são de pacientes de outras cidades e até mesmo de outros Estados. Está em construção em Várzea Grande, 16 CMEIs – Centros Municipais de Educação Infantil as antigas creches que vão criar até 5 mil novas vagas na Rede Pública Municipal. Também já reformamos e reconstruímos 8 escolas municipais, além de termos distribuído mais de 100 mil uniformes escolares para cerca de 25 mil alunos. Então trabalhamos em duas frentes, resgatar o compromisso com o passado e retirar Várzea Grande do ostracismo e do abandono e apostar no seu futuro. Anotem. Muitas outras surpresas para o bem-estar de Várzea Grande e de sua gente ainda irão acontecer nos próximos anos.      

Para o futuro o que a senhora acha que será possível?

Estamos planejando para não errar. Por exemplo, o Plano Plurianual – PPA que vai de 2018 a 2021 tem uma previsão de R$ 2.790 bilhões em investimentos em todas as áreas. Isto dá cerca de R$ 675 milhões por ano, recursos que se foram bem aplicados irão melhorar em muito a qualidade de vida do cidadão e dar maior sustentabilidade da cidade. Ações em conjunto com o Governo do Estado irão consolidar uma nova perspectiva para Várzea Grande como polo educacional e formadora de mão de obra técnica especializada para atender ao Parque Tecnológico que está em instalação e permitirá que novas empresas sejam instaladas aqui e abram possibilidades para que Várzea Grande desfrute da força econômica do agronegócio, mesmo aqui tendo pouca produção agrícola.

Ações em conjunto com o Governo do Estado irão consolidar uma nova perspectiva para Várzea Grande

Então podemos dizer que as perspectivas são boas?

Eu considero e trabalho para que elas sejam mais do que boas. Temos encontrado respaldo no Governo Federal, no Governo do Estado através do governador Pedro Taques, no apoio dos senadores, deputados federais e estaduais para atender a população. Quando todos trabalham num único sentido as coisas tendem a ser mais fáceis. Por exemplo, as obras públicas em Várzea Grande geram mais de 5 mil empregos diretos e indiretos, isto movimenta a economia, aquece as vendas e melhora para todo mundo. Acredito no Brasil, acredito ainda mais em Mato Grosso e amo Várzea Grande que me acolheu quando minha família veio de São Paulo e me deu meu maior tesouro, minha família, esposo, filhos, netos e muitos amigos e amigas, isto me estimula a continuar firme trabalhando e trabalhando mais ainda.

As festividades dos 150 Anos de Várzea Grande terminam nesta segunda com a entrega de um Residencial com 1.281 casas, que é um dos maiores do Brasil. Só que existem outras 4 mil casas para serem entregues, como a senhora pretende resolver essa pendência?

Primeiro de tudo temos que esclarecer a população de que o problema decorrente dos Residenciais dos Programas Minha Casa, Minha Vida foi de relação comercial entre os agentes financeiros e as empreiteiras. Quando assumimos em maio de 2015, existiam mais de 5 mil casas para sem entregues. Conseguimos liberar agora 1.281 casas do Residencial São Benedito numa negociação com o Banco do Brasil e o Ministério da Cidade, tanto é que o ministro Bruno Araújo deverá estar aqui no dia do aniversário de Várzea Grande para realizar a entrega e demonstrar que estamos mais do que no caminho certo para construir a Várzea Grande que queremos. 




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