• Cuiabá, 28 de Março - 00:00:00

Extorsões e afins

Aqui se juntam uma série de fatos conexos. Começaram em momentos diferentes e estão se ajuntando. Só Deus sabe o fim! Primeiro as imagens de alguns deputados recebendo dinheiro na porta do gabinete do governador Silval Barbosa. Entre eles o prefeito atual de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, à época deputado estadual. Dali pra frente tinha em paralelo uma delação do ex-governador Silval denunciando esse fato e uma série de outros mais que ainda estão em Brasília na mesa do ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal.

Depois surgiu na Câmara de Vereadores de Cuiabá uma CPI meio sem cara e aparentemente oportunista. Vinha morna e sem futuro. De repente, o depoimento do ex-chefe de gabinete do governador Silval Barbosa, que fazia aqueles pagamentos diz que tudo era propina.

Depois foi o próprio Silval Barbosa e pôs mais lenha na fogueira. Disse que os deputados recebiam um mensalinho como extorsão cura e nua, pra não atrapalhar o andamento de obras do Estado.

Aqui tudo muda de figura. O que tínhamos, segundo o depoimento do ex-governador era uma quadrilha dentro da máquina do Estado, assaltando e extorquindo. Segundo ele, localizada na Assembléia Legislativa e no Tribunal de Contas. Mas consta também na sua delação que está no Supremo Tribunal Federal que passava também pelo Judiciário. Apodreceu tudo!

Na mesma semana a Operação Bereré aprofunda no Departamento de Trânsito e, mais uma vez, para dentro da Assembléia Legislativa enorme centro de extorsão e de corrupção.

Que a Assembleía Legislativa tem ficha suja há décadas, todo mundo sabe. Piorou de algum tempo pra cá. Mas agora entrou na fase da metástase. Pouca gente se salva.

Mas o pior mesmo, é que maioria absoluta será reeleita nas eleições deste ano. Os justos e os injustos. Até que no futuro se percorra todas as vias e os desvios burocráticos da justiça, nada acontecerá a esses moços eleitos. Serão reeleitos, reeleitos e rirão dos bobocas que votam neles numa suposta boa fé. Ruim o eleito, pior quem o elege.

Seria de se esperar que a Assembleia Legislativa aprendesse com esses dois episódios que o seu papel é cívico. Duvido muito. Até lá eles rirão dos eleitores, incapazes de qualquer mobilização, presas do comodismo e do analfabetismo cidadão.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br



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