• Cuiabá, 19 de Abril - 00:00:00

Fim do terrorismo ambiental?

A divulgação da NASA sobre o uso de terras para agricultura no mundo, redime o Brasil. Acusados por anos seguidos de desmatamentos e de proteção do mercado pelos países acima do Equador, o tema agora toma novas cores.

Até a queda do muro de Berlim, em 1989, e o fim da URSS, matando junto a Guerra Fria iniciada a partir de 1945, produzir comida no mundo era uma questão estratégica de altíssima segurança. Tratada como segurança alimentar, era privilégio dos países do hemisfério norte.

Era importante preservar as regiões de futura produção pensando nisso. A grande pressão ambiental sobre o Brasil começou a parti da Conferência Mundial do Meio Ambiente de Estocolmo, em 1972, mas seu pano de fundo era geopolítico. Passados esses anos todos depois do fim da Guerra Fria, o mundo usou as tecnologias militares pra evolução tecnológica comercial. A economia primária e secundária dos anos 1980, evoluiu para quinta onda da economia, baseada em princípios completamente modernos.

Pensa-se hoje em inteligência artificial como matriz de todos os processos econômicos. Melhor então produzir insumos tecnológicos para o consumo de economias que ainda estão nas três primeiras ondas: agricultura, indústria de manufatura e serviços básicos.

Hoje Mato Grosso, que já foi crucificado por organismos ambientais externos e internos é muito importante pra quinta onda da economia, situada lá fora onde nos condenavam até recentemente. Importamos mais do que produtos: importamos tecnologias e pagamos pesados royalties nas máquinas agrícolas, nas moléculas de defensivos e de inseticidas agrícolas e nas células e moléculas das transgenias e das  diversas biotecnologias. Somos paupérrimos na produção de ciência de vanguarda.

Logo, produzir aqui significa importar de lá elementos da quinta onda que eles dominam. Daqui pra lá, alimentos baratos. Prejuízos ambientais ficam aqui. Consciência livre lá, eles não nos culpam mais aqui. E a nova economia segue.

Encerro estes três artigos com uma advertência simples. Eles do hemisfério norte precisam comer. Que paguem o preço justo aqui. Mas para isso precisamos aqui de um planejamento de Estado nacional que hoje não temos. Tipo programas de alta industrialização alimentar pra agregar valor, gerar tecnologias e bons impostos. E nos remunerar à altura do valore estratégico da nossa produção.   

Mas resta-nos uma questão elementar: somos capazes desse planejamento? Em quanto tempo? Perguntas de mais e respostas de menos... 

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br          



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