No distante ano de 1994 Mato Grosso comemorava a façanha de ter alcançado a produção de 4 milhões e meio de toneladas de soja. Economia pequena, o PIB anunciava saltos. Mas não passava de R$ 1 bilhão 348 milhões. No entanto, cresceu nos anos seguintes. O Produto Interno Bruto de Mato Grosso cresceu 145% de 1985 a 1997. Foi o segundo maior crescimento do país. Em 1999 e 2000 superou os 10%. Enquanto o PIB brasileiro cresceu 0,25% no período, o de Mato Grosso cresceu 7,6%.
Em 2017 o PIB alcança R$ 107 bilhões 418 milhões, com decréscimo de 1,9% em relação a 2014.
Tramita na Assembléia Legislativa do estado uma Proposta de Emenda Constitucional chamada de PEC do Teto, que pretende economizar R$ 1 bilhão e 300 milhões a partir de 2018 em relação ao pagamento das dívidas do estado com a União. No entanto, o endividamento interno do estado está na casa dos R$ 1 bilhão e 900 milhões, com tendência a crescer por conta da folha de pagamentos do funcionalismo que ficou sem controle desde 2009.
Porém, a gestão estadual terá que se redesenhar completamente e compreender que sem remédios completamente amargos as contas públicas vão naufragar e levar junto toda a capacidade estadual de investimentos públicos. Esses investimentos tem um peso muito grande no desenvolvimento econômico.
A rigor o que se pode dizer é que não adiantará a economia produtiva de Mato Grosso crescer em que proporção for. Os gastos da máquina pública estadual completamente inchados absorverão todos os recursos e o estado continuará patinando.
Pretendo voltar ao assunto nesta semana, mas o ambiente de futuro não é otimista. O próximo governador, seja ele quem for, precisará sair das urnas com um imenso capital político para mudar efetivamente os rumos da máquina pública que governa o estado. As pressões da economia serão imensas em um ambiente político fraco e desacreditado agora e nos próximos anos.
O assunto continuará ao longo da semana.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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