• Cuiabá, 28 de Março - 00:00:00

Três ou quatro candidaturas

Ontem assisti no programa “Diálogos com Mário Sergio Conti”, na Globonews, uma boa conversa com o professor Mangabeira Unger, da Universidade de Harvard, e ex-ministro de assuntos estratégicos, no segundo governo Lula. Ele foi provocado sobre as candidaturas no ano que vem pra presidente da República no Brasil. Vou tratar do assunto no domingo. Hoje, porém, vou aproveitar algumas colocações suas pra falar sobre candidaturas ao Governo de Mato Grosso em 2018.

Estão postas duas candidaturas não oficiais: o governador Pedro Taques e o conselheiro Antonio Joaquim. Na visão de Mangabeira Unger, cabem mais duas candidaturas com caras específicas. Uma, forçosamente do agronegócio. Outra mais ideológica e capaz de movimentar as outras três. Poderia ser alguém efetivamente da esquerda: um/a provocador/a.

Como seria isso? O agronegócio está despolitizado. Apesar de se fazer representar por diversas entidades privadas, não tem um discurso unificado e nem um projeto político para a sua vida econômica. No econômico vai muito bem. No político não. Tem o senador Blairo Maggi, meio solto, Welinton Fagundes, sem bússola. Um deputado federal, Adilton Sachetti, como os demais sem bússola. Na Assembléia Legislativa a mesma coisa.

Curioso, que o agro movimenta algo como R$ 60 bilhões na economia do estado e não se organizou com projeto político. Fica vulnerável. Exemplo: na discussão da PEC do Teto, nem uma palavra. Isso é omissão por despolitização. O fato é que, por ser o principal financiador eleitoral desde 2002 quando se elegeu Blairo Maggi governador, o agro não tem um candidato com um projeto político e econômico.

Independente de ter simpatias com o governador Pedro Taques, o agro deve necessariamente ter a sua voz. Será a voz da economia. Obrigará os demais candidatos a terem discursos afinados. Segundo Mangabeira Unger, a qualidade do discurso do candidato a cargos a executivos em 2018 será o diferencial total. Candidaturas genéricas, com discursos genéricos não serão consideradas pelo eleitor, diz ele. Especialmente aquelas com o gasto discurso do social.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br



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