• Cuiabá, 29 de Março - 00:00:00

Reforma dos valores do trabalho

Como advogada e especialista em Direito do Trabalho parece-me óbvio ou até quase obrigatório, falar sobre a Reforma Trabalhista, que foi aprovada e aguarda a vacatio legis, para entrar definitivamente em vigor, em novembro próximo. Mas não vou falar sobre Reforma Trabalhista, primeiramente, porque há inúmeras publicações, estudos, pareceres, "pitacos" e tantas outras manifestações sendo publicadas a cada minuto nos mais diversos meios de comunicação.

Mas, me tocou falar sobre a Reforma dos Valores do Trabalho, ou seja, os rumos que o nosso país está seguindo, se é que podemos falar em rumo, pois pelo andar da carruagem, estamos mais, para uma nau sem rumo ou destino. O que será dos empresários e dos empregados desse nosso Brasil?

Infelizmente, não tenho uma resposta animadora, pois as artimanhas e maracutaias políticas tomaram uma proporção no nosso país, que nada, absolutamente nada, escapa das teias da corrupção, da negociata, da má influência, e de tudo de ruim que a política nacional dissemina em todos os setores da economia.

Mas ainda assim, as pessoas precisam trabalhar, precisam viver, precisam comer, sustentar suas famílias e etc. E nesse caldeirão de notícias, operações, prisões, delações, estamos nós, o povo.

O povo que tenta trabalhar, o povo que tenta empreender, o povo que tenta gerar empregos, o povo que tenta manter seu emprego, o povo que tenta! Mas será que somente tentar basta para lograrmos algum êxito nesse moedor implacável de sonhos, expectativas, e esperanças que é o Governo? Temo que não! Mas, então, o que nós, o povo, podemos fazer?

Eu pensei, pensei, e quando me veio um click na mente, achei que a resposta era um tanto ingênua, mas não consegui "evoluir" para nada mais conclusivo que isso: Temos que fazer a nossa parte. Não há como imaginarmos, pelo menos num futuro próximo, que a situação do país vai melhorar, porque não vai! Então melhoremos nós o que está ao nosso alcance.

Ao empresário me parece que incumbe, dentre outras coisas, contratar um empregado e registra-lo corretamente; pagar o salário combinado; zelar pela segurança de seus empregados; não desviar dinheiro que é da empresa para sua conta pessoal, pois chegará uma hora que a empresa não terá mais como arcar com suas obrigações e quebrará; não propor, nem aceitar negociatas ilícitas de quem quer que seja; não exigir do trabalhador aquilo que não foi objeto do contrato de trabalho; colocar-se no lugar de seus empregados e visualizar se você, no lugar deles estaria satisfeito com as condições do trabalho oferecidas.

Ao empregado, por sua vez, me inclino dizer que incumbe cumprir com todas as exigências para as quais demonstrou concordância, ao ser admitido naquela empresa; não pedir para ser registrado daqui seis meses, porque não quer perder o seguro desemprego que está recebendo do emprego anterior; não pedir para receber salário "por fora", para aliviar a mordida do leão na sua remuneração; não aceitar negociatas ilícitas, de quem quer que seja; não exigir do empregador aquilo que não foi objeto do contrato de trabalho; colocar-se no lugar de seu patrão e visualizar se você, no lugar dele estaria satisfeito com seu trabalho.

Se cada um de nós, empregadores ou empregados, fizermos a nossa parte, eu pergunto, onde teria espaço para a corrupção espalhar seus tentáculos? Há quem dirá que isso só ocorre no mundo do faz-de-conta, mas quem pensa assim, na minha visão, exerce o pior dos papéis, que é o da inércia, para depois ficar reclamando que as coisas estão difíceis e que tudo isso é "culpa do governo corrupto".

“Qualquer trabalho de certa importância exerce uma influência ética. O esforço de concentrar e formar harmonicamente dada matéria é uma pedra que cai em nossa vida psíquica; do pequeno círculo, muitos outros mais amplos se propagam.” (Friedrich Nietzsche)

Façamos a nossa parte!!

 

Renata Luciana Moraes é advogada especialista em Direito do Trabalho



1 Comentários

  • Rosana Pereira de Queiroz disse:
    29 de Julho

    Parabéns pela análise minha querida irmã , nesse momento tão desalentador e difícil pela qual passa o Brasil e o seu povo guerreiro , é muito bom ler um artigo que aborda questões vitais e que euconcordo plenamente ... façamos a nossa parte , esperando que no futuro esse país encontre o caminho da retidao e do crescimento pleno... hoje é uma utopia porque a corrupção estendeu seus tentáculos em todas as esferas.. mas não deixarei de acreditar na força e coragem do povo brasilei


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