• Cuiabá, 18 de Abril - 00:00:00

Que venha o futuro ? 2

Podemos dizer sem susto que o Brasil está sendo passado a limpo desta vez. Pra valer. Antes foram ondas de breve duração. A mais longa foi o regime militar entre 1964 e 1985. Mesmo assim não foi homogêneo. Na verdade, isso só está acontecendo porque o modelo político brasileiro esgotou-se por completo. Vamos recapitular? Em 1946 fez-se uma Constituição muito interessante. Ela veio após a ditadura do Estado Novo, de 1937/1945. Durou até 1967, no regime militar quando foi substituída e esta substituída pelo Ato Institucional número 5. Uma espécie de constituição paralela.

Getúlio Vargas voltou ao governo em 1950 eleito pelo voto popular. Enfrentou forte oposição num ambiente de novos interesses políticos, sociais e econômicos num país que saía do campo pras cidades. Grupos se organizaram e criaram uma imensa crise política, porém de fundo econômico e de busca pelo poder. Nada republicano! Getúlio suicidou-se e os grupos se fortaleceram. Passados 63 anos desde o seu suicídio em 24/8/1954, o sistema político pouco mudou. Fortaleceu-se, mudou de cara muitas vezes, mas manteve-se dirigido para o poder. Motivo: sustentar uma economia frágil e grupos políticos fortes. A Odebrecht é a mesma cara do Brasil de 1954. Talvez tenha mudado o vocabulário. O resto só fez piorar...

Partidos políticos fajutos depois de 1967, interesses escusos por detrás da política. Um Brasil gasoso foi se formando ano após ano, governo após governo até 2017. O que houve em 2017?  O sistema caiu depois que os dois governos de Lula e de Dilma fizeram um consórcio corporativo de partidos baseado no assalto ao Estado. A Operação Lava Jato achou a ponta do cordão e puxou. Puxou, puxou, e nem chegou na metade do rolo que deve medir muitos metros. Quilômetros, quem sabe?

Nesse rolo entra o sistema partidário hiper-fajuto, com 34 partidos que nada representam dentro dos interesses da sociedade. Governos fajutos compostos por partidos fajutos. De 2014 em diante a Lava Jato foi mexendo na bagunça e alcançou toda a nobreza da política brasileira. Jogou-a no chão e ela não terá forças pra se levantar. Na verdade, se a construção de uma nova cara para o Brasil se realizar, mudamos. Se não, ela volta. Aí, Adeus futuro! Nossas elites são muito predatórias.

 O assunto continua.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onforeribeiro.com.br



0 Comentários



    Ainda não há comentários.