• Cuiabá, 29 de Março - 00:00:00

Unemat e o novo momento

O Instituto de Ensino Superior de Cáceres foi criado em 1978. Transforma-se em Unemat ou universidade estadual em 1993.

Cresceu muito e hoje tem campus em Alta Floresta, Alto Araguaia, Barrado Bugres, Colíder, Diamantino, Juara, Mirassol, Nova Mutum, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, Sinop, Tangará e Vila Rica. Está com uns 15 mil estudantes, tem muitos doutores e mestres.

Em 2013 a Unemat passou a receber 2% da receita corrente líquida do estado. Isto aumentaria 0,1% ao ano até atingir, em 2018, 2.5% daquela receita. Seu orçamento para 2017, com 2.4% daquela receita, será de 320 milhões de reais. Tem hoje independência financeira e administrativa, portanto.

É interessante observar que a Unemat não está em nenhum município da Baixada Cuiabana e somente em Alto Araguaia no Sul do Estado.

Somando as populações de todos os municípios desses dois lugares dá algo como 1,5 milhões de habitantes. Ou seja, a Unemat praticamente não atende diretamente metade da população do estado.

É interessante observar também que a maior fatia da receita corrente líquida do estado vem do ICMS e são estas duas regiões que mais arrecadam esse imposto. Onde pontuam as três principais cidades do estado, Cuiabá com 585 mil habitantes, Várzea Grande com 271 mil e Roo com 239 mil.

Sempre se diz que a Unemat não iria onde estivesse a UFMT. A ideia era interiorizar mais a universidade estadual de preferência onde não houvesse educação superior pública por perto. Se a UFMT está em Cuiabá e Roo, em tese, não se teria a Unemat. Mas, contrariando isso, em Sinop tem Unemat e a UFMT.

Fala-se que a Unemat poderia ir para Várzea Grande, onde estará todo o setor de tecnologia da UFMT, também o Parque Tecnológico e o Instituto Federal de Educação. Será que vem mesmo?

É que se criou uma lenda de que se a Unemat viesse para essa região poderia, com o tempo, perder sua reitoria. Uma mentira repetida pode até fazer muita gente acreditar, mas esta não tem nenhum fundamento. A reitoria é em Cáceres e ponto final.

Aquela alegação da reitoria da Unemat de que não tem recursos para expandir não parece que convence. Quando aquela universidade tinha muito menos recurso, não tinha garantia nenhuma de receber automaticamente o que lhe é próprio, ela expandiu pelo estado inteiro.

Agora, com recursos próprios e garantidos, podendo ter planejamento de médio e longo prazo, não pode mais ir a lugar nenhum? Se não der no início para construir prédios, não daria para se alojar por um tempo em um de aluguel ou emprestado pelo poder público estadual ou municipal?

A frente parlamentar criada na Assembleia Legislativa em 2016, para tentar levar a Unemat para esta região e para o sul do Estado, não poderia encontrar alternativas para esse importante assunto?

Alfredo da Mota Menezes é professor universitário e analista político



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